A inadimplência das famílias gaúchas apresentou um recuo em novembro. Um total de 90,9% das entrevistas da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), divulgada pela Fecomércio-RS. Apesar do percentual ser ainda muito alto, é menor do que o verificado em out/23 (94,5%) e também do que o registrado em novembro de 2022 (91,8%).
Com o recuo de novembro, o percentual de endividados retornou ao patamar de janeiro de 2023. Entretanto, apesar da diminuição do percentual de famílias endividadas, a pesquisa mostrou um aumento no percentual de famílias daquelas que se consideram “muito endividadas” na comparação com o mês anterior que passou de 28,8% em outubro de 2023 para 29,9% em novembro de 2023.
“Essa foi a primeira redução recente no percentual de famílias endividadas e de famílias inadimplentes que a PEIC apresenta. Precisamos acompanhar se próximos meses se confirmará como uma tendência ou não“, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
A parcela da renda comprometida com as dívidas, por sua vez, foi de 27,4%, permanecendo estável na margem e na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o tempo de comprometimento com dívidas se reduziu para 6,1 meses, na quinta redução consecutiva na comparação com o mês anterior. No que se refere ao percentual famílias com contas em atraso, a pesquisa identificou que 40% dos entrevistados estavam na condição de inadimplentes em novembro de 2023. Esse percentual foi inferior ao verificado em outubro de 2023 (42%), mas avançou na comparação de novembro de 2022 (36,7%).
O tempo médio de pagamento com contas em atraso foi de 34,9 dias, ficando estável na comparação com o mês anterior, mas se reduzindo com relação a novembro de 2022 (41,8 dias). Já o indicador de persistência da inadimplência (percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte da dívida nos próximos 30 dias) apresentou estabilidade na comparação com outubro de 2023, permanecendo em 2,6%, e aumento na comparação com novembro de 2022 (2,3%). “O que temos visto é que os consumidores estão “girando” as dívidas inadimplentes, num processo de renovação de dívidas em atraso, o que reduz o tempo médio de atraso, tentando evitar, entre outros eventos, a negativação. O consumidor sabe que o acesso ao crédito é fundamental para financiar o consumo corrente”, completou Bohn.