A produção industrial do país variou 0,1% em outubro, mantendo o comportamento de pouco dinamismo observado nos últimos meses, ainda mais explicitado pelos acumulados no ano e nos últimos 12 meses, ambos apresentando variação nula (0,0%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que no Rio Grande do Sul o setor encerrou o período com forte queda de 5%.
No cenário nacional também foi observado um perfil disseminado de taxas negativas entre as grandes categorias econômicas, com 3 dos 4 grandes segmentos em queda na produção. “Entre as atividades industriais, produtos alimentícios, com o avanço de 1,6%, exerce o principal impacto positivo e acumula saldo de 3,0% desde julho último. Por outro lado, os ramos de derivados do petróleo e biocombustíveis e indústrias extrativas exercem as principais influências negativas na média do setor industrial, com os dois setores voltando a recuar, após avançarem no mês anterior”, analisa o gerente da pesquisa, André Macedo.
Ele destaca ainda que, mesmo com o ligeiro saldo positivo verificado nos três últimos meses, o setor industrial ainda se encontra 1,6% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 18,1% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011. Das 25 atividades investigadas na pesquisa, 14 apresentaram crescimento na produção. Além de produtos alimentícios, que avançou 1,6% e foi a principal influência positiva, outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,7%), de máquinas e equipamentos (2,4%), de produtos de metal (2,3%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (0,9%), de bebidas (1,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,3%) e de produtos de borracha e de material plástico (1,3%).
Por outro lado, entre as 11 atividades em queda, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%) e indústrias extrativas (-1,1%) exerceram os principais impactos em outubro de 2023, com a primeira interrompendo três meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou expansão de 2,0%; e a segunda eliminando parte do avanço de 5,9% assinalado no mês anterior. Vale destacar também os recuos nos ramos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%) e de impressão e reprodução de gravações (-5,8%).
Já entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com setembro, bens intermediários (0,9%) foi a única taxa positiva em outubro, após também avançar no mês anterior (0,6%), quando interrompeu quatro meses consecutivos de recuo na produção, período em que acumulou perda de 1,2%.
Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo duráveis (-2,4%) teve a queda mais intensa nesse mês e marcou o segundo mês seguido de recuo na produção, acumulando nesse período redução de 6,7%.
Os segmentos de bens de capital (-1,1%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) também mostraram resultados negativos em outubro de 2023, com ambos apontando a segunda taxa negativa consecutiva e acumulando nesse período perdas de 3,2% e 2,1%, respectivamente.
EXPANSÃO
Comparado com outubro de 2022, o setor industrial assinalou avanço de 1,2%, com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 12 dos 25 ramos, 36 dos 80 grupos e 46,5% dos 789 produtos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,8%) e produtos alimentícios (4,3%).
Também se expandiram em outubro os ramos de bebidas (8,8%), de produtos de madeira (18,3%), de produtos de borracha e de material plástico (4,2%), de produtos químicos (1,4%), de produtos têxteis (7,2%), de indústrias extrativas (0,5%) e de móveis (6,9%). Entre as 13 atividades no campo negativo, veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-15,6%) e máquinas e equipamentos (-6,5%) exerceram as maiores influências.
Outros impactos negativos importantes vieram de metalurgia (-3,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,6%), produtos de minerais não metálicos (-5,3%), produtos diversos (-7,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,1%), produtos de metal (-2,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-2,8%).