O Índice de Confiança Empresarial (ICE) apresentou uma queda de 1,1 ponto em novembro comparado com outubro, a terceira queda consecutiva, para 91,8 pontos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 1, a Fundação Getulio Vargas (FGV), sendo que em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,0 ponto em novembro. A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.835 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 27 de novembro.
Conforme Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a confiança empresarial seguiu em novembro o roteiro dos dois meses anteriores, com uma ligeira melhora das avaliações sobre a situação presente e uma piora mais acentuada das expectativas em relação aos meses seguintes.
“Esta combinação de resultados sugere que os segmentos cíclicos da economia, responsáveis por cerca de 2/3 do PIB, seguem apresentando um ritmo morno de atividade no quarto trimestre e estão preocupados com as perspectivas da economia para o primeiro trimestre de 2024. Pelo lado positivo, a confiança industrial subiu pela primeira vez no segundo semestre e o setor da Construção mostra uma relativa resiliência, influenciado pela sustentação do otimismo no segmento de obras de infraestrutura”, avaliou Campelo Júnior em nota oficial.
DADOS DAS SONDAGENS
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
A queda do Índice de Confiança Empresarial em novembro foi consequência exclusivamente da deterioração das expectativas. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,7 ponto em novembro ante outubro, para 95,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 1,4 ponto, para 88,2 pontos, acumulando uma perda de 7,0 pontos desde agosto. O componente de tendência dos negócios seis meses à frente ficou estável em 89,0 pontos, e o de emprego previsto também mostrou estabilidade em 94,5 pontos. O item que avalia a demanda prevista recuou 1,0 ponto, para 88,6 pontos, o menor patamar desde janeiro deste ano.
Entre outubro para novembro, a confiança dos serviços caiu 0,9 ponto, para 94,4 pontos; a do comércio diminuiu 2,7 pontos, para 86,5 pontos; a da indústria teve elevação de 1,9 ponto, para 92,7 pontos; e a construção encolheu 0,1 ponto, para 96,2 pontos. Em novembro, a confiança avançou em 47% dos 49 segmentos integrantes do ICE.