O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) registrou um recuo pelo terceiro mês consecutivo em novembro, caindo 2,7 pontos, para 86,5 pontos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). O indicador foi influenciado tanto pelas avaliações em relação ao momento atual quanto pelas perspectivas para os próximos meses. Em médias móveis trimestrais também houve queda de 2,4 pontos.
Para Geórgia Veloso, economista do FGV/Ibre, a variação da confiança descontada dos fatores sazonais evidencia que, apesar da melhora do ambiente macroeconômico e do início das vendas de fim de ano, o desempenho do comércio ficou aquém do esperado para o período, com resultados positivos em apenas duas das seis principais atividades no mês. “O enfraquecimento da demanda atual, somado às previsões pessimistas de redução nas vendas dos próximos meses, geram apreensão entre os comerciantes, que é agravada pela inversão da confiança dos consumidores nos últimos meses de 2023”, disse em nota.
Em novembro, a terceira queda consecutiva do ICOM foi disseminada nos dois horizontes temporais. Em sua quinta variação negativa consecutiva, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 2,8 pontos, para 89,4 pontos, menor nível desde abril desse ano (87,4 pontos). Entre os itens que compõem o ISA-COM, o indicador que avalia situação atual dos negócios foi o que apresentou maior contribuição para a queda da confiança no mês ao recuar 4,4 pontos, para 90,6 pontos. No mesmo sentido, as avaliações sobre o volume de demanda atual recuam pelo quinto mês consecutivo em novembro, agora em 1,1 ponto, para 88,4 pontos.
Já o Índice de Expectativas (IE-COM) cedeu 2,7 pontos, para 84,0 pontos, sendo influenciado pela piora das perspectivas de vendas nos próximos meses e no indicador que prevê a tendência dos negócios nos próximos seis meses cujos indicadores caíram 3,2 e 2,1 pontos, para 83,2 e 85,2 pontos, respectivamente.
TENDÊNCIA
Nos últimos cinco meses, o ISA-COM vem apresentando uma tendência negativa e registra queda acumulada de aproximadamente 10 pontos. Nesse cenário, no trimestre encerrado em novembro, 29,4% das empresas afirmavam que a demanda insuficiente era um fator limitativo à expansão dos negócios, segundo a pesquisa do FGV/Ibre. Essa parcela atingiu 20,7% das empresas nos segmentos de bens essenciais (hiper e supermercados, farmacêuticos e combustíveis), enquanto nos demais bens o percentual é de 34,5%.