Dados publicados no final de semana apontam que o desempenho de vendas da Black Friday 2023, a data mais importante para o varejo on-line nacional, foi ruim. As projeções mais otimistas de associações e empresas de pesquisa, estimavam alta de 4% a 17%. No período de quinta-feira, 23, às 00h até esta sexta-feira, 24, às 23h59, o comércio eletrônico registrou cerca de R$ 3,4 bilhões em vendas, recuo de 15,1% sobre 2022, ano em que a receita já havia caído dois dígitos.
Os resultados foram apontados pela plataforma Hora a Hora, da Confi.Neotrust, empresa de inteligência de dados, em parceria com a ClearSale. Entretanto, os números não representam a maior retração no desempenho registrado na Black Friday, que ocorre no Brasil há 13 anos, mas uma diminuição em 2023 já comparada com uma queda, sendo o segundo pior resultado desde o início do evento promocional. Um relatório parcial da Neotrust, empresa de dados com foco no comércio digital, aponta uma queda de 13,1% em relação ao ano anterior, com receita de R$ 2,9 bilhões até as 19h59 de sexta-feira.
A receita foi afetada por uma redução no volume de pedidos, que atingiu 5,1 milhões, 14,9% menor que o mesmo período do ano passado. O gasto médio por compra na data atingiu R$ 675,36, com uma estabilidade sobre 2022 (0,1% menor do que em 2022). As exceções ficaram por conta de companhias como Mercado Livre e Magazine Luiza, que cresceram sobre 2022.
Já conforme o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), as vendas na Black Friday 2023 cresceram 2,1% em comparação com igual período do ano passado. O destaque foi o e-commerce, com alta de 14,1%, enquanto as físicas registraram alta de 0,7%. A análise considerou as vendas realizadas no dia 24 de novembro deste ano ante 25 de novembro do ano passado. Em termos nominais, que não consideram os efeitos da inflação, o resultado da Black Friday 2023 ficou apenas 0,8% abaixo do faturamento da data em 2019, antes da pandemia do coronavírus.
Os segmentos que mais se destacaram foram Cosméticos e Higiene Pessoal e Turismo e Transporte, com 18,8% e 15,2% de crescimento, respectivamente. Na sequência, aparecem Óticas e Joalherias e Móveis e Depto, ambos com 11,0%. Dos principais setores movimentados pela Black Friday, o de Livrarias e Papelarias foi o que apresentou a maior retração, com queda de 2,8%. Supermercados e Hipermercados (-1,9%) e Materiais para Construção (-1,2%) também registraram baixa.
E-COMMERCE
Ao contrário das estimativas brasileiras sobre a Black Friday brasileira, os consumidores americanos gastaram um recorde na data, com US 9,8 bilhões em compras online. Conforme dados da Adobe Analytics, a demanda por eletrônicos, smartwatches, TVs e equipamentos de áudio ajudou a impulsionar as vendas no comércio eletrônico, que tiveram resultado 7,5% maior que o do ano passado. Os consumidores ampliaram seus orçamentos apostando nas opções “compre agora e pague depois” (o parcelado), que aumentaram 72% em relação à semana anterior ao Dia de Ação de Graças.