Black Friday deve bater recorde de vendas e faturar R$ 4,6 bilhões, prevê CNC

Entidade projeta avanço real de 4,3% em relação ao ano passado

O comércio brasileiro deve movimentar R$ 4,6 bilhões em vendas na Black Friday 2023. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e, se confirmado, será registrada a maior movimentação financeira desde sua incorporação ao calendário do varejo em 2010. Isso representa um crescimento de 4,3% em relação ao ano passado, descontando a inflação.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a mudança no comportamento do consumidor e o forte apelo às promoções favorecem o desempenho econômico do varejo durante este período. “Impulsionada pelo processo acelerado da digitalização do setor, a facilidade de comparação de preços que o e-commerce proporciona tem sido um fator crucial para o sucesso dessa data. Nesse mesmo período de 2020, durante a pandemia, as vendas tiveram a maior expansão anual, com um aumento de 13,2% em relação a 2019”, explica Tadros.

Em 2023, os segmentos de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,28 bilhão) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,05 bilhão) deverão responder por quase metade (48%) da movimentação financeira prevista. Tendem a se destacar ainda os ramos de hiper e supermercados (R$ 1,02 bilhão) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 0,73 bilhão).

INFLAÇÃO

A desaceleração da inflação e o início da inflexão das taxas de juros deverão viabilizar o avanço nas vendas, neste ano. Em novembro de 2022, os preços livres da economia registravam variação de +9,7%, ritmo significativamente mais intenso do que os pouco mais de 3,0% neste ano. Nesse contexto, a valorização do real em 7,5% contribuiu para estratégias mais agressivas de preços por parte dos varejistas.

A CNC monitorou a demanda pelos dez principais produtos mais buscados pelos consumidores no e-commerce brasileiro nos últimos 30 dias. Informações coletadas por meio do Google Shopping acusaram variações mais expressivas da busca por produtos como aparelhos de ar-condicionado (+177,3%), aparelhos de TV (+88,0%) e fogões (+68,6%).

O economista também ressalta que a grande procura por esses itens ajuda a justificar o motivo pelo qual nenhum deles acusa elevados potenciais de desconto. “Pela metodologia da CNC, itens com elevado potencial de desconto efetivo são aqueles cujo preço já apresentava tendência de queda de, pelo menos, 5% nos últimos 40 dias.” São considerados produtos com baixo potencial de desconto aqueles cujo preço médio não acusou qualquer tendência de queda no período, e itens com médio potencial de desconto são aqueles cujos preços recuaram até 5% no período, segundo Bentes.