Americanas convoca assembleia de credores para 19 de dezembro

Companhia entrou em recuperação judicial em janeiro, com dívidas da ordem de R$ 43 bilhões

Foto: Divulgação/R7

A Lojas Americanas informou que apresentou, nos autos do processo de recuperação judicial da empresa e suas subsidiárias, pedido de convocação de assembleia geral de credores (AGC) a ser realizada, em primeira convocação, no dia 19 de dezembro de 2023 e, em segunda convocação, no dia 22 de janeiro de 2024, para deliberação sobre o Plano de Recuperação Judicial. O edital de convocação da assembleia será publicado oportunamente. O processo de recuperação judicial da empresa está em curso na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

Depois de quatro adiamentos, e 11 meses após a divulgação de um dos maiores escândalos contábeis do Brasil, a Americanas divulgou na manhã dessa quinta-feira seu balanço de 2022. A rede de varejo teve prejuízo de R$ 12,9 bilhões em 2022, ante perda de R$ 6,2 bilhões em 2021, segundo o resultado revisado. A dívida líquida do grupo estava em R$ 26,2 bilhões, salto de 85% em um ano.

RECEITA LÍQUIDA

A receita líquida consolidada atingiu a marca de R$ 25,8 bilhões no ano passado, com o varejo digital e o físico como unidades de negócio de maior representatividade (aproximadamente 87%). O valor é 14,6% superior aos R$ 22,5 bilhões reportados um ano antes. O lucro bruto no ano foi de aproximadamente R$ 5,0 bilhões e a margem bruta atingiu a marca de 19,5% da receita líquida. No ano de 2022, a Americanas aumentou significativamente sua dívida bruta, ao mesmo tempo em que reduziu os níveis de caixa e recebíveis, resultando em uma dívida líquida de R$ 26,3 bilhões, o que representa uma variação de mais de R$ 12 bilhões comparado com 2021.

A companhia entrou em recuperação judicial no dia 19 de janeiro, com dívidas da ordem de R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores. O pedido de recuperação judicial aconteceu uma semana após o ex-presidente da empresa Sergio Rial assinar um comunicado em que revelava a existência de R$ 20 bilhões em “inconsistência contábeis” no balanço da varejista.

(*) com Correio do Povo