Preços para a Black Friday têm queda de 10,26 pontos percentuais na Região Metropolitana

Recuo foi apontado por novo indicador da CDL Porto Alegre

No acumulado dos últimos 12 meses até outubro de 2023, a inflação da cesta para a Black Friday na Região Metropolitana de Porto Alegre totalizou +2,74%, ou seja, houve uma queda de 10,26 pontos percentuais em relação a igual período de 2022 (+13,00%). Já para o Brasil, houve alta de +2,99%: consideravelmente menor do que os +13,70% verificados no ano passado.

Os dados são da CDL POA, que selecionou os principais produtos e serviços consumidos na Black Friday e constatou, a partir de levantamento inédito realizado em âmbito nacional e regional, que o ritmo de crescimento desse conjunto de preços diminuiu mais de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado na Região Metropolitana (RM) de Porto Alegre e no Brasil.

O indicador próprio foi calculado com base na separação de uma cesta de 60 dos 378 subitens investigados pelo IBGE para a composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Conforme dados, a variação do IPCA cheio é maior em relação à Black Friday em 2023, algo que não ocorreu em 2022.  O economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, aponta alguns fenômenos que justificam a moderação.

“Depois do ápice do desequilíbrio entre oferta e procura decorrente da pandemia, observa-se significativa desaceleração desde o segundo semestre do ano passado. Algumas razões justificam o fenômeno: (1) aumento dos juros no Brasil e no mundo; (2) melhora da cadeia internacional de insumos e suprimentos; (3) absorção das políticas sem precedentes de injeção de recursos para lidar com os desdobramentos da Covid-19, como, por exemplo, a redução gradual da poupança construída no momento mais crítico do distanciamento social”.

Além disso, explica o economista, a cesta alusiva à Black Friday apresenta números inferiores em comparação com o IPCA cheio, ao contrário do que aconteceu em 2022. “Convém lembrar que, entre julho e setembro de 2022, a economia sentiu os efeitos da chamada ‘PEC dos Combustíveis’, responsável por desonerar o ICMS em bens e serviços considerados essenciais. Logo, as três deflações consecutivas foram puxadas por componentes como gasolina, etanol, diesel, energia elétrica, transporte público e a prestação de comunicação, que não compõem o indicador detalhado no presente documento”, pontua Frank.