Em setembro, o volume de serviços prestados no país apresentou variação de -0,3% frente ao mês anterior. Pelo segundo mês seguido, o setor registra resultado negativo acumulando uma perda de 1,6%, eliminando parte do ganho de 2,2% do resultado somado de maio a julho. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Rio Grande do Sul, o indicador apresentou um indicador negativo de 1,6% mas mantém um desempenho positivo de 6% no acumulado do ano.
Com o resultado nacional, o setor de serviços está 10,8% acima do nível de pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 2,6% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em dezembro de 2022. No acumulado do ano, o volume de serviços tem alta de 3,4% frente ao mesmo período de 2022. Já nos últimos 12 meses é de 4,4%. “Setembro foi o terceiro mês de menor receita oriunda de prestação de serviços no ano, na frente apenas de janeiro e abril”, registra Rodrigo Lobo, analista da pesquisa.
Três das cinco atividades da PMS tiveram queda, com destaque para o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que recuaram de 1,1%, influenciado pela menor receita vinda das atividades: jurídicas, de limpeza e de serviços de engenharia. “Houve apenas uma movimentação natural do conjunto de empresas que compõe esses segmentos, não identificamos nenhum componente especial que tenha motivado a queda do setor”, afirma o analista. Com o resultado, a atividade elimina o ganho de 0,8% verificado em agosto.
Outra queda que chamou a atenção foi a de informação e comunicação, que recuou 0,7% e emplacou o terceiro revés consecutivo, acumulando perda de 1,7% no período julho-setembro, pressionado principalmente pelo setor de suporte técnico, manutenção e outros serviços em TI. Já em transportes (-0,2%), o ligeiro decréscimo foi influenciado pelos setores de transporte rodoviário de carga, o principal segmento desse grupo e um dos maiores pesos da pesquisa, seguido por transporte áereo de passageiros. “Neste ramo, o resultado foi influenciado pelo aumento das passagens aéreas observado em setembro (13,47%), o que acabou pressionando negativamente a receita real das companhias aéreas”, afirma Lobo.
A PMS também mostrou que, no confronto contra setembro de 2022, o setor de serviços apresentou recuo de 1,2%, interrompendo uma longa sequência de dois anos e meio de taxas positivas nessa comparação. Segundo Rodrigo Lobo, essa queda foi relativamente disseminada na análise setorial, mas em âmbito regional, apenas 10 das 27 Unidades da Federação (UFs) acompanharam o movimento de queda verificado no país como um todo. Enquanto no primeiro recorte, o recuo foi puxado pelos setores de transportes e de outros serviços, regionalmente, São Paulo liderou as perdas do setor de serviços. “As menores receitas vindas de gestão de portos terminais, transporte rodoviário coletivo de passageiros e de serviços financeiros auxiliares, investigadas nos dois setores mencionados, coincidem com as pressões negativas verificadas em São Paulo, que acabou tendo papel determinante para que índice nacional tivesse recuado”, afirma o analista.