Ceitec, estatal de tecnologia, retoma atividades em cerimônia com presença de ministra

O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) foi extinto em 2020

Foto: Alina Souza / CP Memória

O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) foi retomado na manhã desta terça-feira em cerimônia com a presença da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. O Ceitec foi liquidado em 2020 e permaneceu dois anos e oito meses sem funcionar. A solenidade ocorreu no auditório da estatal, na zona Leste de Porto Alegre.

O Centro deve produzir dispositivos que atendam mercados da transição energética, do setor digital e automotivo. Está previsto o investimento de R$ 116 milhões a partir do próximo ano, assim como parcerias com as universidades. A ministra citou que as áreas com “alto risco” tecnológico não são sustentáveis somente com verbas da iniciativa privada, que deve ser parceira da Ceitec.

“Nós queremos inserir o país naquelas rotas que são emergentes, que tem alto risco tecnológico e que não suportariam apenas com recursos da iniciativa privada. É claro que nós estamos prevendo essa parceria [com a iniciativa privada] com seis grande empresas da área de semicondutores que é exatamente o caminho que nós estamos convictos que é preciso percorrer, é o que a gente chama de ecossistema, ou seja, é uma tríplice aliança, em hélice, como se fala mais na linguagem técnica “, explicou. Luciana Santos ainda mencionou que a previsão é que em sete anos a estatal se torne independente de investimento público.

Já o presidente da Ceitec, Augusto Gadelha, mencionou o desafio de reconquistar a confiança do mercado, após a estatal ter sido liquidada. “O problema todo é a questão da reconquista da confiança do mercado nesta da empresa, que foi liquidada por três anos. Então eles estão querendo saber se realmente nós temos a competência de retomar essa produção”, explicou.

Sobre o Ceitec

O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) foi criado em Porto Alegre em 2008, no primeiro governo Lula, e extinto em 2020. Na ocasião, 110 funcionários foram demitidos. A liquidação da estatal foi revertida pelo governo federal e a movimentação na fábrica voltou após dois anos e oito meses de paralisação. 

Na última sexta-feira, uma assembleia geral determinou o retorno à condição de empresa ativa e indicou os membros dos conselhos Fiscal e de Administração. O Conselho elegeu o presidente, Augusto César Gadelha Vieira, e o diretor administrativo, José Messias de Souza. O novo presidente é professor da UFRJ e acompanhou o processo de criação do Ceitec, quando atuou em uma secretaria do Ministério da Ciência e Tecnologia entre 2002 e 2010.