As exportações do setor calçadista brasileiro em outubro somaram 11,8 milhões de pares, que geraram US$ 100 milhões, resultado 5,2% superior em pares e 12,3% inferior em receita em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de dez meses de 2023, as exportações somaram 102,45 milhões de pares e US$ 1 bilhão, resultados inferiores tanto em volume (-14%) quanto em receita (-8,8%) em relação ao mesmo período de 2022. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e apontam que, apesar da queda nos embarques, o setor segue com resultados positivos ante a pré-pandemia (6,2% em volume e 23% em receita).
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os números refletem uma economia mundial em desaquecimento. “O FMI reduziu, em outubro, em 0,1% o crescimento da economia mundial para 2024. O mundo está crescendo abaixo da média histórica dos últimos três anos”, comenta. Segundo ele, soma-se ao desaquecimento das principais economias, entre elas Estados Unidos e países da Europa, que convivem com juros e inflação elevados, a recomposição da China no mercado de calçados.
Em setembro, a China exportou 746,4 milhões de pares de calçados, 3% a mais do que no mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, as exportações chinesas já chegam a 6,8 bilhões de pares. “Logicamente, o aumento da concorrência da China no ambiente internacional, tem reflexos nos embarques brasileiros”, informa o dirigente. Já as importações totais de calçados dos Estados Unidos, maior importador de calçados do mundo, caíram 30,5% no acumulado de janeiro a setembro de 2023, ante o mesmo período do ano anterior.
DESTINOS
Principal destino das exportações brasileiras de calçados, entre janeiro e outubro, a Argentina importou 12,9 milhões de pares por US$ 202,9 milhões, resultado 10% inferior em volume e 28,7% superior em receita na relação com o mesmo período do ano passado. O segundo destino foram os Estados Unidos. Nos dez meses, foram embarcados para lá 8,62 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 191,2 milhões, quedas tanto em volume (-35,4%) quanto em receita (-47%) em relação ao intervalo correspondente de 2022.
Entre janeiro e outubro, o principal exportador de calçados do Brasil seguiu sendo o Rio Grande do Sul. No período, saíram das fábricas gaúchas 30,46 milhões de pares, que geraram US$ 466,88 milhões, quedas de 16,7% em volume e de 10,3% em receita na relação com o mesmo intervalo de 2022.
A segunda origem das exportações do setor foi o Ceará, que embarcou 31,25 milhões de pares por US$ 226,84 milhões, quedas de 10,2% em volume e de 0,4% em receita na relação com o mesmo período do ano passado.
Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solados etc – as importações até outubro somaram US$ 23,74 milhões, 0,8% menos do que no mesmo período do ano passado.