A Americanas adiou a divulgação das demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2022, conforme fato relevante, e depois de alguns adiamentos. Não estavam programados dados de 2023, mas sim dos balanços que foram considerados manipulados pela antiga administração, após duas postergações.
O balanço é peça fundamental para entender a real situação financeira da varejista, quando Sérgio Rial, que havia acabado de assumir como CEO, tornou o caso público em um fato relevante. Analistas esperam que também sejam reapresentados os dados de 2021. A Americanas entrou em recuperação judicial no dia 19 de janeiro, com dívidas da ordem de R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores. O pedido de recuperação judicial aconteceu uma semana após o ex-presidente da empresa Sergio Rial assinar um comunicado em que revelava a existência de R$ 20 bilhões em “inconsistência contábeis” no balanço da varejista.
Do começo do ano até meados de setembro, 97 pontos comerciais da varejista fechados, deixando a companhia com 1785 lojas ativas até a metade de setembro. As informações estão no relatório de acompanhamento mensal dos administradores judiciais da companhia enviado à Comissão de Valores Mobiliários. O documento mostra ainda que o caixa total da Americanas chegou a R$ 1,79 bilhão em agosto, um crescimento de 1,6% na comparação com julho. Na comparação com dezembro de 2022, no começo da crise o desempenho do caixa caiu 61%.