Aeromot quer retomar o protagonismo do estado na aviação

Complexo AEROCITI terá investimentos de R$ 3 bilhões e será construído no antigo terreno da Ford, em Guaíba

Cristiane Cunha, CEO da Aeromot Crédito: Rosi Boni

A nova fábrica de aviões da Aeromot, que será inaugurada no início de 2025, representará a retomada do protagonismo do Rio Grande do Sul na aviação. O anúncio do novo investimento, equivalente a R$ 3 bilhões em todo complexo, foi feito no Tá na Mesa, da FEDERASUL, pelo CEO da Aeromot, Guilherme Cunha e a COO da empresa, Cristiane Cunha que apresentaram a parceira com a empresa austro-canadense Diamont para a fabricação em solo gaúcho do modelo DA62, bimotor com capacidade para sete pessoas e consumo 60% inferior de combustível. Será a quarta fábrica de aviões da empresa no mundo. Já existem unidades no Canadá, na Áustria e na China.

Além da fábrica de aeronaves, o empreendimento Aero Centro Integrado de Tecnologia e Inovação (AEROCITI), que prevê investimentos de R$ 3 bilhões em infraestrutura e tecnologia, geração 3 mil empregos diretos e indiretos e faturamento de R$ 2 bilhões, trará como benefício a atração de outros investimento e empresas globais para o Estado. O complexo ocupará a antiga sede da Ford no município de Guaiba. “Trata-se de um grande complexo para o desenvolvimento tecnológico”, afirmou Guilherme Cunha.

VENDAS DE AERONAVES

A nova fábrica da Aeromot deverá entregar os primeiros aviões no início de 2025. O empresário adiantou que já estão vendidas as aeronaves que serão produzidas nos primeiros três anos de atividade da empresa. A estimativa é de colocar no mercado nos próximos anos cerca de cem aeronaves do modelo que será comercializada por R$ 2,2 milhões. Cunha revela que o público de maior interesse na aquisição são empresários com destaque para o segmento do agronegócio.

Cristiane Cunha destacou que o mercado de aviação geral no Brasil cresce 3,2% ao ano, e atingirá uma receita de R$ 3,4 bilhões em 2025. Ela destaca que a vasta extensão territorial do Brasil torna a aviação uma necessidade para viagens de longa distância, o que cria uma demanda constante por serviços de aviação. “O Brasil tem potencial para se tornar um dos principais players no setor de aviação mundial”, acrescentou.

O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, que coordenou o evento, destacou que o trabalho dos irmãos Cunha é uma inspiração para os gaúchos. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, convidado para participar do debate final do Tá na Mesa, disse que o Rio Grande do Sul, nos últimos anos, vem criando melhores condições para o empreendedorismo.