BC divulga conteúdo da ata do Copom nesta terça

Documento deve justificar queda da Selic em 0,5 ponto percentual para 12,75% ao ano

Foto: Enildo Amaral / Banco Central / R7

Daqui a pouco, o Banco Central divulga a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que na semana passada reduziu pela terceira vez seguida a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano. No comunicado da decisão o comitê informou que o corte é compatível com a estratégia para fazer a inflação convergir para a meta em 2024 e em 2025. Assim, como na reunião anterior, o órgão reiterou que continuará a promover reduções na mesma intensidade nos próximos encontros, mas não informou se prosseguirá com os cortes no início do próximo ano.

A expectativa do mercado é que a divulgação da ata nesta terça-feira, 7, traga sinais sobre como os nove integrantes do Copom pensam os cenários futuros sobre a economia brasileira e os passos que poderão ser tomados.

“O comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, justificou o órgão.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

RELATÓRIO FOCUS

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de inflação para este ano e elevaram a expectativa para 2024. As informações constam no Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 6, pelo Banco Central. O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia. Com a manutenção, a estimativa continuou abaixo do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que definiu uma meta central de inflação de 3,25% neste ano, sendo considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,75% e 4,75% neste ano.

Se a projeção for confirmada, será interrompida uma sequência de dois anos de descumprimento da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%. E, em 2022, a inflação somou 5,79%. Para 2024, a estimativa de inflação subiu de 3,90% para 3,91% na última semana. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.