Em um fim de semana agitado pela campanha presidencial, os argentinos tiveram que enfrentar o desabastecimento de combustíveis em várias províncias. As quatro empresas petrolíferas que abastecem os postos do país vizinho – YPF, Raízen, Trafigura e Axion Energy – justificam o cenário a níveis acima do suportável de demanda na última quinzena que colocaram o sistema de abastecimento “no limite de sua capacidade”. Associado a isto, o setor agrícola deu início ao plantio de verão o que aumenta a dependência da importação de combustíveis.
O ministro da Economia e candidato à Presidência, Sergio Massa ameaçou os produtores de petróleo da Argentina com a suspensão das exportações caso não aumentem o fornecimento de combustível para resolver a escassez no país. “Se o fornecimento de combustível não for resolvido até a meia-noite de terça-feira, as empresas não poderão enviar navios de exportação a partir de quarta-feira”, disse Massa
Dirigentes do setor de combustíveis defendem um aumento de até 50% no preço de alguns derivados de petróleo, que estão congelados até 31 de outubro, mas o governo concedeu autorização para um aumento de 3% para a gasolina e o óleo diesel na última segunda-feira, 23, um dia depois do primeiro turno da eleição presidencial.
O banco central da Argentina está sem dólares para pagar os importadores, com uma inflação próxima dos 140% e um segundo turno da eleição presidencial marcado para 19 de novembro. A estatal YPF tem três navios-tanque esperando com gasolina e diesel, mas não pode descarregar o enquanto os fornecedores estrangeiros, BP e Gunvor, não sejam pagos. A promessa é que o abastecimento esteja normalizado em 15 dias.