Avião da FAB levará duas toneladas de alimento a atingidos pelo conflito na Faixa de Gaza

Doação oferecida pelo MST faz parte dos esforços internacionais de assistência humanitária; aeronave decola nesta segunda-feira

Foto: gov br / FAB

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decola nesta segunda-feira com destino ao Egito para levar duas toneladas de alimentos aos afetados pelo conflito na Faixa de Gaza. A doação é oferecida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e faz parte dos esforços internacionais de assistência humanitária.

Trata-se de um carregamento de arroz, derivados de milho e leite em pó. A ajuda humanitária pela fronteira do Egito começou em 21 de outubro. Desde o início dos conflitos, Israel impôs um bloqueio total ao fornecimento de alimentos, água, medicamentos e combustível a Gaza. O primeiro comboio para auxiliar a população só entrou no território palestino duas semanas depois das primeiras ofensivas.

De lá para cá, 84 caminhões de ajuda chegaram a Gaza, segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Antes do conflito, a média de caminhões que entravam na área era de 500 por dia.

Em razão da escassez, há relatos de uma sequência de saques a armazéns e centros de distribuição de ajuda alimentar. A ordem pública na Faixa de Gaza “está em colapso”, alertou a agência da ONU.

Trégua humanitária

Na última sexta-feira, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que propõe uma trégua humanitária na Faixa de Gaza. O texto recebeu votos a favor de 120 países, como o Brasil, a Argentina e a China. Além das 45 abstenções, 15 nações foram contrárias à medida proposta pela Jordânia, incluindo os Estados Unidos e Israel.

A resolução expressa “profunda preocupação com a catastrófica situação humanitária na Faixa de Gaza e suas vastas consequências para a população civil, composta em grande parte por crianças” e destaca “a necessidade de acesso humanitário completo, imediato, seguro, sem impedimentos e duradouro”.

A Assembleia-Geral votou essa proposta após o Conselho de Segurança ter falhado quatro vezes nas últimas duas semanas em tomar medidas referentes à guerra na Faixa de Gaza. Ao contrário dos textos votados no conselho, as propostas apresentadas para votação na assembleia não têm efeito de sanção nem de obrigação aos países citados.