No mesmo dia em que o IBGE divulgou a informação de que as mulheres são 51,5% da população brasileira, a Assembleia Legislativa promoveu uma audiência pública sobre algo que acomete a todas elas: a violência política de gênero. O encontro, proposto pela deputada Bruna Rodrigues (PCdoB) na Comissão de Direitos Humanos, lotou o Plenarinho do Legislativo. Mulheres de todas as regiões gaúchas, parlamentares, representantes de órgãos públicos, líderes sindicais e militantes participaram.
A audiência se estendeu por toda a tarde e buscou trazer diferentes perspectivas sobre o assunto. Procuradoras e promotoras discorreram sobre os quesitos legais do assunto, a fim de ampliar as compreensões sobre o tema e mostrar como os órgãos fiscalizadores podem auxiliar. Ocupantes de diferentes cargos públicos, de vereadoras a prefeitas, contaram sobre as violências diárias que sofrem.
“Não basta ser mulher, precisa ser mulher de luta. A violência política faz com que todas nós sejamos alvo. Seja eu, com os gritos que ouvia no pé do ouvido, ou quando um vereador disse que eu ‘tinha tesão nele’. São cenas do cotidiano de mulheres que ocupam o parlamento. E não é só se impor, é sobre não se intimidar”, relatou a deputada. Apesar do tema denso, pairou o clima de união no terceiro andar da Assembleia. Não faltaram palmas e palavras de incentivo.