A General Motors do Brasil demitiu mais de mil funcionários das fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul, em São Paulo, conforme informaram sindicatos de trabalhadores após as venda e as exportações da montadora americana terem registrado retração.
Foram confirmados 800 cortes na unidade de São José dos Campos, segundo o sindicato de metalúrgicos da região. Na véspera, o diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Agamenon Alves, já havia confirmado 200 desligamentos na planta de São Caetano do Sul. Nessa terça-feira, a GM disse que a queda nos resultados levou a montadora a “adequar” o quadro de empregados, citando ainda a fábrica de Mogi das Cruzes, também em São Paulo.
Em nota, a montadora lembrou que outras medidas foram tomadas antes das demissões, como férias coletivas, lay offs, day offs e um programa de desligamento voluntário.
A unidade de São Caetano do Sul emprega aproximadamente 7,2 mil funcionários, e a de São José dos Campos, cerca de 4 mil. Funcionários de ambas as fábricas entraram em greve por tempo indeterminado, no início da semana, após o anúncio, por meio de telegrama, das demissões em massa.
Nesta quarta, metalúrgicos da unidade de São José dos Campos realizaram um ato em frente à fábrica contra as demissões realizadas pela montadora. Em gesto simbólico, os trabalhadores penduraram cerca de cem uniformes de trabalho com mensagens de luta na portaria da filial.
A GM disse, ainda, que as fábricas em Gravataí (RS), Joinville (SC) e Sorocaba (SP) permanecem operando normalmente. Procurado pela Rádio Guaíba, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, informou que demissões sempre ocorerram, mas não em grande número nos últimos meses, ao menos no Rio Grande do Sul. Ele também disse não ter sido informado de intenções da montadora nesse sentido, até o momento.