O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) rejeitou, na tarde desta quarta-feira, uma proposta de resolução dos Estados Unidos sobre o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A proposta teve aval de dez países, mas Rússia e China, membros permanentes do conselho, a rejeitaram. Ambos podem exercer poder de veto.
Foi a terceira proposta de resolução rejeitada no Conselho de Segurança da ONU. A primeira havia sido apresentada pela Rússia, no dia 16, mas sem consulta a outros países na construção do texto. A segunda proposta veio do Brasil, que preside o conselho em outubro. Apesar da longa negociação e da inclusão de sugestões, o texto recebeu veto dos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou ter incorporado vários elementos da resolução apresentada pelo Brasil na semana passada. O texto também exigia uma pausa humanitária para permitir a chegada de ajuda humanitária a quem mora na Faixa de Gaza.
No entanto, acrescentou um trecho que assegura o direito de Israel de revidar os ataques terroristas sofridos, algo que não havia no texto apresentado pela diplomacia brasileira. Após a rejeição, ela se disse desapontada pelo resultado e afirmou que ouviu a todos na construção do texto.
Nova proposta da Rússia
Em seguida, a Rússia apresentou uma nova proposta de resolução, rejeitada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, ambos com poder de veto, e contou com nove abstenções, entre elas do Brasil.
Segundo a representante do Reino Unido, Barbara Woodward, a proposta da Rússia não garantia o direito de Israel de se defender das agressões. Além disso, Woodward destacou que, novamente, não houve qualquer consulta do representante da Rússia aos demais membros do conselho.
Entenda
O Conselho de Segurança da ONU conta com cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Fazem parte do conselho rotativo a Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto. Já na Assembleia Geral da ONU, esse mecanismo não existe.
