Após ataques, polícia reforça a segurança perto de cemitério onde deve ser enterrado miliciano no Rio

Mais de 30 ônibus foram queimados depois da morte do criminoso Faustão. Empresas estão em alerta para novos atos de vandalismo

Foto: Record TV/Reprodução

A polícia reforçou a segurança dos arredores do Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na zona Oeste do Rio de Janeiro, onde deve ser enterrado o corpo do miliciano Matheus Rezende, mais conhecido como Faustão, na tarde desta terça-feira.

A morte do criminoso durante uma operação policial na comunidade Três Pontes, nessa segunda, gerou uma série de ataques a ônibus, trem e estações em diversos pontos da zona Oeste.

Faustão é sobrinho de Zinho, atual líder da maior milícia que atua na região. A Segurança Pública afirmou que ele era considerado o número 2 na hierarquia do grupo.

De acordo com o governador do Rio, Cláudio Castro, o miliciano Faustão era conhecido como “Senhor da Guerra” e seria o responsável pela união de traficantes e milicianos, para formar as narcomilícias.

“Há quem diga que ele era o ponto de controle e equilíbrio da facção. Por isso, ontem, quando ele foi morto, a facção teve uma reação completamente fora do contexto, muito acima do que sempre aconteceu. Tivemos a morte do Ecko [irmão de Zinho, morto em 2021], e nunca houve nada parecido, o que nos leva a crer que chegamos muito perto de pegar o Zinho”, disse Castro, em entrevista ao Balanço Geral RJ.

O porta-voz da Rio Ônibus, Paulo Valente, afirmou que as empresas seguem em alerta para os riscos de uma nova onda de violência após o sepultamento do criminoso.

“Temos ciência de algumas ameaças. A gente já comunicou aos órgãos competentes. Estamos monitorando essa situação. Caso haja uma nova eclosão de vandalismo, a gente vai ter de recolher a frota e proceder como aconteceu ontem. Mas a gente espera que as autoridades garantam a segurança dos ônibus, dos rodoviários e da população hoje, amanhã e daqui para a frente. Essa situação não pode se repetir”, disse.