A polícia reforçou a segurança dos arredores do Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na zona Oeste do Rio de Janeiro, onde deve ser enterrado o corpo do miliciano Matheus Rezende, mais conhecido como Faustão, na tarde desta terça-feira.
A morte do criminoso durante uma operação policial na comunidade Três Pontes, nessa segunda, gerou uma série de ataques a ônibus, trem e estações em diversos pontos da zona Oeste.
Faustão é sobrinho de Zinho, atual líder da maior milícia que atua na região. A Segurança Pública afirmou que ele era considerado o número 2 na hierarquia do grupo.
De acordo com o governador do Rio, Cláudio Castro, o miliciano Faustão era conhecido como “Senhor da Guerra” e seria o responsável pela união de traficantes e milicianos, para formar as narcomilícias.
“Há quem diga que ele era o ponto de controle e equilíbrio da facção. Por isso, ontem, quando ele foi morto, a facção teve uma reação completamente fora do contexto, muito acima do que sempre aconteceu. Tivemos a morte do Ecko [irmão de Zinho, morto em 2021], e nunca houve nada parecido, o que nos leva a crer que chegamos muito perto de pegar o Zinho”, disse Castro, em entrevista ao Balanço Geral RJ.
O porta-voz da Rio Ônibus, Paulo Valente, afirmou que as empresas seguem em alerta para os riscos de uma nova onda de violência após o sepultamento do criminoso.
“Temos ciência de algumas ameaças. A gente já comunicou aos órgãos competentes. Estamos monitorando essa situação. Caso haja uma nova eclosão de vandalismo, a gente vai ter de recolher a frota e proceder como aconteceu ontem. Mas a gente espera que as autoridades garantam a segurança dos ônibus, dos rodoviários e da população hoje, amanhã e daqui para a frente. Essa situação não pode se repetir”, disse.