Quase dois meses após temporal destruir cidades no RS, 48 pessoas seguem fora de casa no Vale do Taquari

Em ambas as cidades os serviços públicos como escolas e unidades de saúde foram restabelecidos

Foto: Guilherme Almeida/CP

Cinquenta dias depois do forte temporal que atingiu o Rio Grande do Sul e destruiu as cidades de Muçum e Roca Sales, no Vale do Taquari, 48 pessoas ainda seguem fora de suas casas. Os prefeitos afirmam que seguem esperando o trâmite burocrático do Governo Federal para receberem recursos que auxiliem na reconstrução das cidades. Chuvas atingiram o Estado no início do mês de setembro, foram 29 vítimas fatais da chuva nas duas cidades.

Para o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, o momento é de reconstrução e do restabelecimento do comércio local, para garantir o emprego e a renda. “Nós estamos em um momento de retomada. Boa parte do comércio ainda não conseguiu retomar suas atividades mas já estão em vias de reabrir, isso é uma coisa bastante importante. Estamos procurando alguns incentivos pontuais que ainda não se consolidaram, principalmente na parte empresarial, em função dos benefícios das empresas, da questão dos financiamentos que estão sendo regulamentados para que as empresas possam ter melhorias no seu fluxo de caixa e poderem continuar suas atividades”, detalhou Trojan.

Já em Roca Sales, o prefeito Amilton Fontana detalha que a cidade ainda aguarda a construção das moradias provisórias que serão erguidas pela Melnick. “As pessoas querem voltar para uma moradia digna e onde eles moravam não tem mais como eles voltarem. Essas 30 famílias não tem como voltar porque ou a casa foi embora arrastada totalmente ou elas foram condenadas, é uma área de muito risco e as pessoas precisam ir para essas casas provisórias. A gente está encaminhando os pedidos de habitação permanente, onde a gente vai disponibilizar, junto com o Governo Federal, moradias definitivas”, explicou Fontana.

Para Mateus Trojan, os desafios na cidade de Muçum vão muito além da limpeza das ruas do município e englobam inclusive a desapropriação de áreas de risco na cidade. “Agora os desafios começam a ser um pouco maiores. Eles vão além da limpeza urbana, para uma questão de apresentar os projetos da reconstrução das casas, buscar a desapropriação de terras que ainda é uma demanda que a prefeitura trabalha com alguns proprietários buscando essa compreensão, tanto para questão habitacional quanto para a questão industrial. Tudo são ferramentas que são coisas mais complexas, que demandam de mais tempo de maturação”, revelou.

Amilton Fontana afirmou que o apoio da União, com investimentos, para a reconstrução de Roca Sales é fundamental. “Essa última semana eu estive em Brasília, agilizando os processos, pedindo o apoio do Governo Federal para que a gente possa reconstruir o nosso município. Roca Sales é uma das cidades mais atingidas e a gente precisa de muito recurso para restabelecer as condições das vias públicas, dos prédios públicos, postos de saúde, creches, então, aos poucos, a gente vai trabalhando para reconstruir”, detalhou Fontana.

Em ambas as cidades os serviços públicos como escolas e unidades de saúde foram restabelecidos.