Monitor do PIB aponta retração de 0,6% em agosto, diz FGV

Indicador alcançou R$ 7,040 trilhões no acumulado de janeiro a agosto

Crédito: Assintecal/Divulgação

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou uma queda de 0,6% em agosto, sendo que na comparação com agosto de 2022, o Monitor do PIB teve expansão de 2,5% em agosto de 2023. No acumulado de 12 meses há crescimento de 3%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

“Na retração destacam-se negativamente dois componentes. Pela ótica da oferta, a forte queda na agropecuária é explicada pela redução da colheita de safras, como a soja. Pela ótica da demanda, a retração na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) tem se aprofundado principalmente devido ao desempenho negativo do segmento de máquinas e equipamentos”, afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, em nota oficial.

Conforme a técnica, o comportamento negativo da agropecuária era de certa forma esperado, devido ao calendário de colheitas e ao forte desempenho positivo observado no setor no primeiro semestre. No entanto, o contexto de retração da FBCF é bastante diferente tendo influência da alta taxa de juros do país.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

 

CONSUMO DAS FAMÍLIAS

Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 3,1% no trimestre terminado em agosto ante o mesmo trimestre do ano passado. Segundo a FGV, desde o trimestre móvel encerrado em maio, “há uma estabilidade no crescimento do consumo das famílias, embora seja observada pequena modificação de composição”.

“O consumo de serviços tem reduzido a sua contribuição enquanto o consumo de produtos duráveis tem elevado a sua participação para o total do consumo nos últimos trimestres”, apontou a FGV.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma retração de 5,0% no trimestre até agosto ante o mesmo trimestre de 2022. O segmento da construção registrou redução no período, mas “não justifica a forte retração observada neste componente (FBCF) desde o início do ano”, ponderou a FGV. O segmento de máquinas e equipamentos “tem ampliado suas retrações ao longo dos trimestres”, tendo como destaque negativo o desempenho de caminhões e ônibus, justificou a nota do Monitor do PIB.

A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 10,6% no trimestre terminado em agosto de 2023, enquanto a importação encolheu 4,6%. Em termos monetários, o PIB alcançou R$ 7,040 trilhões no acumulado de janeiro a agosto para uma taxa de investimento da economia de 17,5% em agosto.