Demanda interna cai e ameaça setor químico, diz Abiquim

A produção recuou 1,88% em agosto de 2023, após declínio de 6,11% em julho

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Nos últimos dois meses, julho e agosto de 2023, os principais índices do segmento de produtos químicos de uso industrial registraram resultados negativos, na comparação com os meses anteriores. A produção recuou 1,88% em agosto de 2023, após declínio de 6,11% em julho. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 23, pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Na comparação com iguais meses do ano passado, a produção declinou 17,45% em julho e de 15,54% em agosto. Destaque para agosto de 2023, que teve o pior resultado mensal em termos de produção desde 2007. Por outro lado, as vendas internas tiveram um acréscimo de 2,32% em julho e de 7,97% em agosto, ambas variações sobre os meses anteriores.

Apesar dessa melhora, o patamar médio de vendas do bimestre julho-agosto de 2023, a exemplo do que se verificou com a produção, foi o pior desde 2007. Ou seja, a alta recente não compensou as fortes quedas de vendas dos meses anteriores.

IMPORTAÇÕES

O volume de importações teve recuo de 8,8% em agosto, após uma forte elevação de 31,1% em julho de 2023, na comparação mensal. Com esses resultados, a demanda interna, medida pelo CAN (consumo aparente nacional), exibiu redução de 7,9% em agosto de 2023, sobre o mês anterior, e ficou 15,0% abaixo da de agosto de 2022.

Dentro do cenário preocupante, a Abiquim destaca o aumento da participação do produto importado sobre a demanda local, que alcançou 45% nos primeiros oito meses de 2023. Esse aumento relativo significa uma perda de dois pontos percentuais na participação de mercado para o produtor local. O índice de utilização da capacidade instalada ficou em 65% na média entre janeiro e agosto de 2023, seis pontos abaixo do patamar de igual período do ano passado e atingiu o nível mais baixo da série desde 2007. De janeiro a agosto de 2023, o IGP Preços acumula variação negativa de 17,25%.