A redução de 4% no preço da gasolina anunciada pela Petrobras, e que passa a valer a partir deste sábado, reforça a interpretação que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deverá mesmo ficar abaixo do teto da meta, de 4,75%, este ano. Na interpretação de analistas do mercado financeiro, salvo em caso de algum incidente que não possa ser previsto agora, como uma disparada nos preços do petróleo no cenário internacional para além do que vem sendo percebido, há uma possibilidade concreta para romper a meta pela primeira vez desde 2020.
A primeira estimativa é que o corte nos preços da gasolina terá impacto negativo variando entre 0,10 e 0,12 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano. Se confirmado, seria o suficiente para que o indicado seja menor do que o teto da meta. No Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira, a mediana das expectativas do mercado já indicava um IPCA de 4,75% em 2023. Mas há estrategistas que apontam para um indicador menor ainda, entre 4,60% e 4,50% para a projeção de IPCA de 2023.
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira um novo reajuste no preço dos combustíveis vendidos para as distribuidoras, e que valem a partir deste sábado, 21. O preço médio de venda da gasolina vai ser de R$ 2,81, uma redução de R$ 0,12 por litro. Como existe uma mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro na composição da gasolina comercializada aos postos, a parcela da Petrobras vai ser, em média, de R$ 2,05 a cada litro vendido na bomba.
Já o preço médio de venda do diesel para as distribuidoras vai ser de R$ 4,05, um aumento de R$ 0,25 por litro. Como é obrigatória a mistura de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel vendido aos postos, a parcela da Petrobras vai ser, em média, de R$ 3,56 a cada litro vendido na bomba. Na variação acumulada no ano dos preços de venda da gasolina A e do diesel A para as distribuidoras, há uma redução de R$ 0,27 por litro de gasolina e de R$ 0,44 por litro de diesel.