Geração de vagas temporárias deve ser a maior desde 2014, diz CNC

Expectativa é que sejam abertas 15.481 oportunidades no RS, o sexto mercado no ranking da entidade

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O mercado de trabalho temporário para o final de 2023 deve ter 262 mil vagas temporárias, um aumento de 8,14% em relação a 2022. O número é o mais alto desde 2014, quando foram geradas 299,7 mil vagas. A perspectiva é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontando que o maior empregador será o comércio, com previsão de 173 mil postos, enquanto o segmento de hospedagem e restaurantes contribuem com 63 mil vagas. Em terceiro lugar, estão os transportes, com 17 mil vagas, seguido das atividades culturais e outros setores, que estão projetando um total de 7.651 postos.

A expectativa da CNC é que sejam abertas 15.481 oportunidades no Rio Grande do Sul, o sexto mercado no ranking da entidade. São Paulo lidera as projeções regionais, com uma estimativa de 81 mil vagas temporárias para 2023. Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro vêm na sequência, com previsão de 30 mil, 20 mil e 16 mil empregos, respectivamente. Vendedores em lojas ou mercados estão no topo da lista, com uma projeção de 31 mil vagas. Para auxiliar administrativo, devem ser 19 mil vagas, seguido de trabalhadores de manutenção de edifícios, com 16 mil vagas.

A faixa etária entre 18 e 24 anos é a que mais procura essas oportunidades, representando 88 mil vagas, seguida pela parcela entre 30 e 39 anos, com 62 mil empregos. O salário médio deve ficar em torno de R$ 1,8 mil, um aumento de 6,1% em relação ao ano passado. Com a inflação atual em cerca de 4,5%, os trabalhadores podem ter ganho real de até 2%, o que é um sinal promissor em meio à recuperação econômica.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que, desde 2014, o país luta para retomar a marca de 300 mil postos de trabalho temporário. “No entanto, agora, pela primeira vez em uma década, o Brasil parece estar se organizando de forma mais eficiente, e isso é especialmente notável nos setores de comércio e serviços, que representam mais de 90% das vagas”, afirma o presidente da Confederação.

TAXA DE EFETIVAÇÃO

A taxa de efetivação dos empregos temporários depende da perspectiva para o início do ano seguinte. A expectativa dos empresários é positiva, com a previsão de que 12% das vagas temporárias se tornem efetivas no início de 2024. “Essa taxa de efetivação está intrinsecamente ligada ao cenário econômico mais amplo, que inclui uma inflação baixa e uma tendência contínua de queda nas taxas de juros”, explica o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes. Segundo ele, se o mercado de trabalho continuar impulsionando a economia, isso contribuirá para uma dinâmica mais sustentável a médio e longo prazos.

Além da sazonalidade, há outro fator que impulsiona o mercado de trabalho: o setor de serviços apresenta um nível de atividade 15% superior ao período pré-pandemia, tornando-se um dos principais motores da economia brasileira. “Isso é particularmente encorajador para aqueles que estão enfrentando a crise de desemprego, pois muitas das vagas disponíveis no comércio e serviços não exigem experiência ou qualificação elevada”, explica o economista da CNC. Ele enfatiza que 73% das vagas são destinadas a candidatos com ensino médio completo, abrindo portas para aqueles que anteriormente estavam à margem do mercado formal.