IPE Saúde: Simers alega que anúncio do governo sobre reajuste está incompleto

Médicos dizem que reajuste de até 64,13% não atinge procedimentos hospitalares, defasados desde 2011

Presidente do Simers, Dr. Marcos Rovinski. Foto: Ederson Nunes/CMPA

Após o governo estadual anunciar reajuste nos honorários para visitas e consultas dos profissionais que atendem pelo IPE Saúde, nesta quarta-feira, o Sindicato Médico do RS (Simers) divulgou que entrou ‘em alerta’ frente ao aumento de até 64,13% nos repasses. Em nota, a entidade salienta que a medida não atinge os operações, com tabela defasada desde 2011.

Segundo o presidente do Simers, Marcos Rovinski, a reposição apresentada não está completa. “O governo anunciou, exclusivamente, um aumento de 20% no valor da consulta para pessoa física e para pessoa jurídica, bem como de 64,13% para as visitas hospitalares. Entretanto, ainda falta o reajuste dos procedimentos hospitalares”, declarou.

Na majoração das visitas, o médico que antes recebia R$ 25, vai passar a ganhar R$ 42. No entanto, explica Rovinski, o valor para um parto, por exemplo, que remunera os profissionais em menos de R$ 250, continua igual. “O Projeto de Reestruturação do IPE garantiu R$ 140 milhões a mais para os médicos credenciados e nos foi prometido pela secretária estadual de Planejamento, Danielle Calazans, e pelo chefe da Casa Civil, Artur Lemos, que seriam para a recuperação dos mais de 12 anos sem reajuste”, destacou o presidente do Simers.

Rovinski lembra também que, no fim de julho, ficou definido que cabia ao Simers, Conselho Regional de Medicina (Cremers) e Associação Médica do (Amrigs) apontar quais eram os procedimentos mais defasados, para a fixação urgente de novos valores, incluindo cálculos do impacto dessa reposição no orçamento do IPE. “As três entidades médicas trabalharam arduamente nestas negociações e esperamos que o governo honre o compromisso assumido com a categoria, com um novo e completo anúncio da tabela a ser implementada em novembro.”

Contatados pela reportagem, representantes do IPE Saúde afirmaram que os reajustes foram definidos em conjunto com as entidades, em diversas reuniões. Segundo o IPE, o reajuste dos procedimentos vai ser avaliado a partir do efetivo aumento de arrecadação, após 1º de novembro, quando o instituto recebe a primeira contribuição dos segurados conforme as novas regras do sistema.