Brasil condena ataque a hospital na Faixa de Gaza e pede acesso da Cruz Vermelha para ajudar civis

Governo brasileiro também pediu a liberação de reféns e reforçou apelo por um corredor humanitário

Foto: Reprodução/Instagram/ONU

O governo federal divulgou nota em que condena o ataque que atingiu um hospital em Ahli-Arab, na Faixa de Gaza, na noite dessa terça-feira (horário local).

O texto expressa também pesar aos familiares das vítimas. “O Brasil repudia nos mais fortes termos ataques a alvos civis, sobretudo a estruturas de saúde, e exorta as partes no conflito a cumprirem suas obrigações perante o direito internacional humanitário.”

O governo também presta solidariedade ao povo da Palestina e pede a liberação do acesso para que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha atue no conflito e “possa desempenhar suas funções de agente humanitário neutro”.

“O Brasil reitera o apelo para o imediato estabelecimento de corredores e pausas humanitárias que permitam a condução em segurança do trabalho humanitário e o fornecimento de água, comida, suprimentos médicos, combustível e eletricidade a Gaza.”

Centenas de mortes
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cerca de 300 pessoas morreram em razão do ataque aéreo ao hospital de Ahli-Arab, embora outra estimativa de autoridades locais aponte que o número de vítimas pode ter atingido 500. Fotos da unidade de saúde mostraram fogo nos corredores, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área. O ataque aéreo se confirma como o mais mortal supostamente realizado por Israel contra os palestinos desde 2008.

As autoridades palestinas classificaram o bombardeio como “crime de guerra”, e o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, decretou luto nacional de três dias pelas vítimas.

Israel nega autoria
De acordo com as Forças de Defesa Israelenses (IDF), o ataque partiu do grupo Jihad Islâmica Palestina, que havia disparado uma barragem de foguetes contra Israel. Conforme essa versão, um dos projéteis falhou e atingiu o hospital.

“Uma análise mostra foguetes passando nas proximidades do hospital Al-Ahli Arab em Gaza no momento em que foi atingido”, disse um porta-voz israelense.

O conflito segue se intensificando e, no sul, ataques contínuos dessa terça-feira mataram dezenas de civis e pelo menos uma figura importante do Hamas.