Rússia vai apresentar proposta de trégua humanitária para Gaza no Conselho de Segurança da ONU

Para Putin, surto de violência no Oriente Médio resulta do fracasso da política dos EUA na região

Foto: Reprodução / Twitter / Kremlim

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou, nesta segunda-feira, em propor uma trégua humanitária na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A decisão se deu durante uma conversa telefônica com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e os mandatários de Egito, Irã e Síria.

“É unânime a opinião sobre a necessidade de um imediato cessar-fogo e o estabelecimento de uma trégua humanitária, a fim de fornecer assistência urgente a todos os necessitados”, afirmou o Kremlin, em um comunicado divulgado pela Agência EFE.

Os cinco líderes — incluindo o egípcio Abdul Fatah Al-Sisi, o iraniano Ebrahim Raisi e o sírio Bashar al-Assad — manifestaram “extrema preocupação” com a situação na Faixa de Gaza.

Os interlocutores de Putin defenderam “o levantamento do bloqueio a Gaza para o fornecimento urgente de medicamentos, alimentos e outros itens de primeira necessidade”.

Putin também se mostrou preocupado com a possibilidade de o conflito “se transformar em uma guerra regional”. O presidente russo expressou vontade de coordenar esforços com todos os “parceiros construtivos” para cessar as hostilidades o mais rapidamente possível e estabilizar a situação.

“Por esta razão, a Rússia apresentou um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU sobre a declaração imediata de uma trégua humanitária de natureza equilibrada e apolítica”, afirmou.

Todos concordaram em salientar que a razão para a atual escalada “sem precedentes” é a longa estagnação do processo de colonização no Oriente Médio, razão pela qual Putin se pronunciou a favor da retomada.

Putin ressaltou que o objetivo do processo deve ser uma decisão justa e duradoura sobre o problema palestino que contemple a criação de um Estado palestino independente que viva em paz e segurança com Israel. Para o chefe do Kremlin, o surto de violência no Oriente Médio resulta do fracasso da política dos Estados Unidos na região.

O governo russo anunciou, ainda, que o presidente pretendia abordar essa questão, também hoje, em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.