A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,26%, depois de registrar 0,23% em agosto. Embora a taxa acumulada em 12 meses tenha chegado a 5,19%, o número surpreendeu o mercado, que esperava variação de até 0,38%, e renovou a expectativa de que a inflação deste ano pode ficar abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,75%, o que sustentaria expectativa de dois novos cortes de 0,5 ponto porcentual cada da Selic, até o fim do ano.
Apenas as altas de preços da gasolina e das passagens aéreas responderam, juntas, por cerca de 80% de toda a inflação em setembro. A gasolina aumentou 2,80%, subitem com a maior contribuição individual, de 0,14 ponto porcentual. Além da gasolina, o óleo diesel ficou 10,11% mais caro, e o gás veicular subiu 0,66%. Já o preço do etanol caiu 0,62%. Já os preços dos alimentos completaram em setembro quatro meses seguidos de quedas, contribuindo para deter a inflação no País no período. O grupo Alimentação e Bebidas acumula uma retração de 2,65% desde junho. Em setembro, as famílias pagaram menos por produtos como batata-inglesa (-10,41%), cebola (-8,08%), ovo de galinha (-4,96%) e leite longa-vida (-4,06%).
A LCA Consultores diminuiu a sua projeção de inflação de 2023, de 4,8% para 4,7%, já abaixo do teto da meta. Este cenário não se repetiu com outras instituições financeiras que conservaram as estimativas de um IPCA entre 4,8% e 4,9%. Já para os juros, instituições como BTG Pactual e Sicredi mantiveram a previsão de manutenção do ritmo de cortes da Selic em 0,5 ponto.