FMI diz não acreditar em déficit zero em 2024 para o Brasil

Instituição projeta que o Brasil terá déficit primário de 1,2% do PIB em 2023

Crédito: Abicalçados/Divulgação

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse não acreditar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai conseguir zerar o déficit das contas públicas no próximo ano, como prometeu. Entretanto, traçou um cenário menos pessimista para a situação fiscal do Brasil. Apesar dessa previsão, o ministro Fernando Haddad reiterou também que vai cumprir as metas primárias e que isso será possível por meio de medidas adicionais para aumentar as receitas.

Segundo o relatório Monitor Fiscal, divulgado ontem, em meio às reuniões anuais do Fundo e do Banco Mundial, que acontecem em Marrakesh, no Marrocos, a instituição disse esperar que o Brasil apresente déficit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, voltando ao vermelho após registrar superávits nos últimos dois anos.

DÍVIDA

Para 2024, o FMI estima um déficit primário de 0,2% do PIB. E o Brasil colocaria as suas contas no azul somente em 2025, quando deve registrar superávit primário de 0,2%, prevê o FMI. A partir daí, o Fundo vê o país superavitário até 2028.

Quanto à dívida brasileira, o FMI também melhorou sua projeção, mas seguiu pessimista. O Fundo espera que a proporção dívida versus o PIB do Brasil também volte a crescer neste ano, para 88,1% – em junho, essa projeção era de 88,4%. Esse dado é um dos principais indicadores de solvência de um país e avaliado de perto pelas agências de classificação de risco. No ano passado, a relação dívida/PIB do Brasil ficou em 85,3%.