Vagas no setor calçadista caem 5,2% na comparação com 2022, diz Abicalçados

No acumulado dos oito meses de 2023 o setor segue com saldo negativo de 731 postos

Crédito: Abicalçados

A indústria calçadista brasileira gerou 1.079 vagas em agosto, mas no acumulado dos oito meses de 2023 o setor segue com saldo negativo de 731 postos, somando um total de 295,6 mil postos diretos na atividade, 5,2% menos do que no mesmo período de 2022. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e, no comparativo com a pré-pandemia (agosto de 2019), o acumulado ainda é positivo em 5,6%. Nesta terça-feira, 10, a entidade realiza o evento Análise de Cenários, quando vai traçar projeções para 2023 e 2024.

Conforme a Abicalçados, a geração de postos, em agosto, foi puxada pelo Ceará (792 vagas) e por Minas Gerais (294 vagas). Atualmente, as principais empregadoras da atividade estão no Rio Grande do Sul, com 87,38 mil postos – criação de 49 vagas em agosto e 433 no ano, estando 3,9% abaixo do estoque de 2022. O Ceará, que perdeu 1,14 mil vagas no acumulado do ano, encerrou agosto com 69,9 mil postos diretos na atividade, 3,8% menos do que em 2022; Bahia, com 41 mil postos diretos – perda de 187 vagas em agosto e criação de 368 vagas no acumulado, estando 0,1% abaixo do estoque de 2022; e São Paulo, com 35,66 mil postos diretos – criação de 32 vagas em agosto e de 1,24 mil no acumulado, estando 9% abaixo do estoque de 2022.

ALERTA

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que, apesar da criação de postos em agosto, o setor está receoso para os próximos meses. “Conversamos diariamente com muitos industriais de calçados que apontam preocupação com a concorrência desleal imposta pelas plataformas internacionais de e-commerce, que estão isentas de impostos em remessas de até US$ 50, o que atinge diretamente a indústria calçadista brasileira. Teremos meses difíceis pela frente e esse dado, infelizmente, não deverá se sustentar”, avalia o dirigente, ressaltando que, caso a medida não seja revogada, a indústria calçadista pode perder mais de 30 mil postos nos próximos dois anos. “A Abicalçados vem alertando o Governo Federal sobre a medida, mas, infelizmente, até o momento não tivemos um retorno positivo”, alerta o executivo.