Estudo do Grupo Loft aponta que as operações imobiliárias sem a presença do corretor de imóveis ocorrem em ao menos 4% das transações. A prática não apenas prejudica o trabalho de quem atua no setor, mas é uma ilegalidade, pois infringe o Código Civil e pode resultar em pagamentos com juros e correção por determinação judicial. A lei discrimina que o intermediador de qualquer negociação de compra e venda — imóvel, carro ou até um brinco — tem que receber uma comissão por esse trabalho.
Se o comprador ou vendedor for flagrado poderá ser instado judicialmente e ter que pagar a porcentagem equivalente. Esse percentual é de até 6% do valor do imóvel em São Paulo e 5% no Rio de Janeiro e varia de acordo com o Estado. Essa tentativa de mudar as regras do jogo traz insegurança para o setor, segundo João Melhado, diretor de Compliance do Grupo Loft. Para coibir a irregularidade e ressignificar a forma como os negócios são fechados, a Loft desenvolveu um sistema antifraude que utiliza análise e cruzamento de dados para identificar a prática ilegal.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
“A gente olha para todos os imóveis que foram vendidos em uma cidade, vê se eles estavam cadastrados na plataforma ou em imobiliárias parceiras, se houve visitas e quem fez essa visita. Caso houver uma desconfiança de que se trata de uma venda ‘por fora’, a gente compra a matrícula do imóvel e vê se a pessoa que adquiriu aquela unidade foi a mesma que visitou o imóvel”, explica o executivo.
O sistema combina uso de Inteligência Artificial, para uma primeira seleção de casos suspeitos, e uma análise mais aprofundada feita pelo time da Loft. Quando o caso é confirmado, os envolvidos são contados para que haja o pagamento da corretagem – em todos os casos houve acordo, mas processos judiciais podem ser abertos. Desde que o sistema antifraude foi implementado, em março deste ano, a Loft já recuperou R$ 350 mil em corretagem para corretores parceiros da Loft ou para imobiliárias parceiras do Grupo.
