Presidente da Associação de Municípios da Zona Sul admite preocupação com chegada de turistas em meio a focos de gripe aviária

Chega a 80 o número de animais encontrados mortos ou doentes após a confirmação de dois focos de gripe aviária no litoral Sul gaúcho

Foto: Ministério da Agricultura / Divulgação

O prefeito do Chuí e presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), Marco Antônio Vasques Rodrigues Barbosa, disse que a região está preocupada com os casos de gripe aviária. O vírus H5N1, que até então só havia vitimado aves silvestres no Rio Grande do Sul, pode infectado ao menos 80 mamíferos que apareceram mortos ou doentes ao longo da costa gaúcha. Conforme Barbosa, a proximidade do verão, quando o litoral Sul recebe milhares de turistas, preocupa.

“Estamos muito preocupados com o negócio de turismo, não queremos que aconteça nada demais, mas se seguirem acontecendo esses casos, a coisa vai complicar um pouquinho para nós. Hoje estávamos esperando chegar os EPIS [equipamentos de proteção individual] para começar a recolher esse animais”, citou.

O prefeito citou que a população, em geral, não toca em animais doentes ou mortos, por já estar “acostumada” com o aparecimento de leões-marinhos e lobos-marinhos na região. Porém, Barbosa reforça a apreensão com a chegada de turistas no verão.

“A gente [da região] está tão acostumado a ver leão-marinho, a ver lobo-marinho na beira da praia que a gente vai, passa, tira uma foto e vai embora. Não é hábito de tocar neles. Então quanto à contaminação em pessoas, agora, nessa fase, acredito que não. Nossa preocupação é com o turista. Se isso seguir acontecendo, agora mais perto do verão, aí vem muita gente que não é nativa da região aqui, e pode complicar“, explicou.

Segundo o presidente, o momento é de monitoramento e alerta. Barbosa pretende conversar com o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Giovani Feltes (MDB), na próxima semana. Além disso, outras decisões devem ser tomadas em breve.

Três focos da doença

Dois focos de gripe aviária foram registrados em mamíferos aquáticos na costa litorânea durante a semana passada – um deles em Rio Grande e o outro em Santa Vitória do Palmar. Foram três, até o momento, considerando o verificado em maio na Reserva do Taim, também na Zona Sul, considerado encerrado. Mais de 100 aves silvestres (a maioria cisnes-de-pescoço-preto) morreram com sintomas de H5N 1. As autoridades esclarecem que as notificações não alteraram a condição sanitária do Rio Grande do Sul e do país, já que não há registro da doença na avicultura comercial.

Chega a 80 o número de animais encontrados mortos ou doentes após a confirmação de dois focos de gripe aviária no litoral gaúcho. A doença pode ter afetado oito leões-marinhos e dois lobos-marinhos na praia do Cassino, em Rio Grande; 29 leões-marinhos e 25 lobos-marinhos em Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar; dez leões-marinhos nos Molhes da Barra de São José do Norte; um leão-marinho na Praia Real, em Torres; e cinco leões-marinhos em Quintão.

Todas as suspeitas, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do Whatsapp (51) 98445-2033.

Azonasul 

Os municípios de Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Herval, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santana da Boa Vista, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Turuçu fazem parte da Azonasul.