Procon intermedia negociações para solução de dívidas entre escolas de samba e CEEE Equatorial

Ideia é resgatar a autonomia financeira das escolas de samba e, de quebra, aumentar o nível dos desfiles de rua na Capital

Foto: Divulgação/PMPA

A prefeitura de Porto Alegre, por meio do Procon municipal, iniciou nesta quinta-feira uma rodada de negociações entre 20 escolas de samba da Capital e a CEEE Equatorial. O objetivo do poder público é mediar conversas para renegociar dívidas das agremiações com a empresa e, por consequência, possibilitar que maiores investimentos sejam feitos para melhorar a qualidade dos desfiles de rua, marcados para os dias 23 e 24 de fevereiro de 2024 no Complexo do Porto Seco.

Conforme o titular da pasta, Wambert Di Lorenzo, estas escolas de samba apresentam situação crítica com relação ao nível de endividamento com gastos passivos, no caso, a conta de luz. Algumas agremiações apresentam dívidas históricas sem solução, chegando um caso a apresentar 15 anos pendentes em aberto. Na visão dele, estas dívidas poderiam ameaçar o Carnaval de Porto Alegre, pois entidades apresentam risco de penhora, sendo impedidas de participar de editais devido a esta situação.

Di Lorenzo revelou à reportagem da Rádio Guaíba que a iniciativa foi um pedido do prefeito Sebastião Melo. Ele relata que o primeiro encontro entre as escolas e a CEEE Equatorial, ocorrido nesta quinta-feira, foi bem sucedido. “Houve muita disposição das duas partes e com bastante sucesso. Nós temos cerca de 20 escolas endividadas, algumas delas com fornecimento do serviço interrompido e ontem foi a primeira rodada, com bastante avanço e grandes possibilidades”, declarou.

Para o titular do Procon de Porto Alegre, a ideia do poder público pretende resgatar a autonomia financeira das escolas de samba e, de quebra, aumentar o nível dos desfiles de rua na Capital, já que as entidades, com isso, teriam mais recursos disponíveis com a consolidação da renegociação. Ele observou boa vontade entre as partes envolvidas no encontro.

“Ainda que tenha consequências políticas e coletivas, tecnicamente é um problema individual, envolvendo consumidor e fornecedor. A partir daí, nós vamos fazer um estudo, a CEEE Equatorial levou uma semana ou duas para levantar o histórico de cada caso e é importante reconhecer as boas práticas. A CEEE Equatorial está com muito boa vontade em resolver o problema”, revelou.

Wambert Di Lorenzo disse também que na quinta-feira comunicou aos representantes das ligas presentes que, assim que houver o compromisso firmado, cada caso será analisado de maneira individual. Uma segunda rodada de negociações entre as partes está prevista para o fechamento da questão, em data a ser definida, conforme o diretor do Procon municipal.