Tá na Mesa alerta para a falta de competitividade com produtos isentos de imposto

Empresários Clovis Tramontina, José Galló e Roberto Argenta foram os palestrantes nesta quarta-feira, primeira semana do mês de aniversário da Federasul e do evento

Foto: Eduardo Souza / Rádio Guaíba

A Federasul deu a largada em comemoração ao mês de 30 anos do ‘Tá na Mesa’, celebrados em outubro. Estiveram presentes na primeira quarta-feira do mês os empresários Clovis Tramontina, José Galló e Roberto Argenta, além do presidente da entidade, Rodrigo Sousa Costa. Líderes e empresas que transformam o Estado serão os palestrantes durante as palestras convocadas para outubro.

Uma das preocupações unânimes manifestadas na coletiva desta quarta-feira diz respeito à concorrência desleal que sofrem as empresas gaúchas com relação aos produtos importados. Desde agosto as novas regras para e-commerce isentam imposto para compras de até U$$ 50 dólares para produtos do exterior.

Roberto Argenta, proprietário da Calçados Beira-Rio, defende que o código de tributação nacional seja aplicado para produtos de empresas de fora. Para ele é contraditório o Governo Federal permitir isenções enquanto busca formas de aumentar a arrecadação. “É um problema muito sério. Você vai no Brasil inteiro e você observa lojas com placas de aluga-se. E o Governo apavorado atrás de imposto, mas está dando isenção para o que vem de fora. Quantos caminhões dos Correios estão circulando no Brasil nesse momento? São milhões de pacotes que vem de fora e não pagam Imposto de Renda, um PIS, um Cofins, não pagam Contribuição Social, não pagam salário, não pagam contribuições para previdência e tá tudo livre”, declarou.

Em sua fala, o empresário Clóvis Tramontina igualmente manifestou sua preocupação com a isenção dos produtos importados. Ele acredita ser uma forma de legalizar a sonegação. “Às vezes não conseguimos competir com os importados. Essa isenção de U$$ 50 dólares que existe hoje nada mais é do que uma autorização oficial de sonegação, porque não é dada a mesma oportunidade para as empresas nacionais. Ou seja, nós estamos prejudicando a indústria e o comércio do próprio país como um todo”, afirmou.

José Galló, CEO das Lojas Renner, procurou exaltar as ações de inovação tomadas pela empresa, devido à preocupação com à competitividade, na sua visão um grande desafio. “Nós estamos num momento assim que temos as ferramentas digitais, o uso de dados, inteligência artificial, que estão passando a ser indispensáveis. E a Renner está bem avançada com relação a isso”, comentou.

O Tá na Mesa, criado em 1993 para promover o diálogo e a cooperação entre os diversos setores da sociedade gaúcha, se tornou um importante espaço para a discussão de temas como economia, educação, saúde, infraestrutura, meio ambiente e cultura. Nestas três décadas o Tá na Mesa recebeu mais de 1.500 palestrantes, entre eles, empresários, ministros, governadores, políticos e representantes da sociedade civil.