Futurecom 2023: tecnologia quer melhorar qualidade de vida na Amazônia

Aplicando tecnologias como Blockchain e IoT, projeto visa desenvolver as atividades econômicas na floresta

Ocas para produzir chocolate na região Crédito: Divulgação

A região Norte do país também e destaque na Futurecom 2023, maior evento de inovação, conectividade e transformação digital da América Latina, no São Paulo Expo, em São Paulo. Nesta quarta-feira, 4, o projeto Amazônia 4.0, solução tecnológica que busca tornar o extrativismo da região mais benéfico às comunidades locais, será apresentado pela professora Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, membro do IEEE – maior organização profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.

O projeto, totalmente financiado com recursos de organismos filantrópicos internacionais, aproveita a biodiversidade da região para oferecer melhor qualidade de vida aos seus moradores. Com o objetivo de entregar soluções ambientais para o bem-estar coletivo, a proposta é tornar a cadeia produtiva do Cacau-Cupuaçu rastreável por meio de tecnologias como Blockchain e IoT, permitindo uma melhor distribuição dos ganhos obtidos nesta com a produção de chocolate.

“As ações do programa Amazônia 4.0 usam tecnologia e educação para garantir que a Amazônia, maior floresta tropical do mundo, seja protagonista na bioeconomia, que, em uma década, deverá representar 2,7% do PIB dos países mais ricos, segundo projeções da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, afirma a membro do IEEE. “Além disso, o potencial da bioeconomia para o país é imenso, como aponta o estudo global macroeconômico “Changes in the Global Value of Ecosystem Services”, segundo o qual a floresta amazônica de pé pode render até R$ 7 trilhões anuais ao Brasil”, completa.

ESTÍMULO

Para atingir estes objetivos, o programa Amazônia 4.0 desenvolveu Laboratórios Criativos da Amazônia (LCAs), laboratórios móveis nos quais cientistas e pessoas de povos tradicionais e indígenas trabalham em parceria para criar produtos a partir do processamento de matérias-primas da Amazônia, e, então, transformá-las em produtos de alto valor agregado pela sua qualidade e rastreabilidade.

“Isto passa por ações de capacitação sobre os recursos naturais disponíveis, feitas diretamente nas comunidades locais, mas também agregando os conhecimentos tradicionais desses povos para o desenvolvimento de soluções inovadoras e disruptivas, estimulando a bioeconomia e o protagonismo dos povos tradicionais e indígenas, além de manter a floresta preservada”, finaliza Tereza.

No planejamento do projeto está a possibilidade de envolver também, no mesmo modelo, as culturas do açaí, olhos gourmet de amêndoas, entre outros produtos. Para a coordenadora do projeto, os grandes desafios incluem uma mudança de cultura dos povos da região, uma solução para o uso da água e da energia nos processos e a acessibilidade.