A perspectiva para o Dia das Crianças deste ano é de que as vendas, em termos reais, se aproximem ou tenham leve aumento em relação ao resultado de 2022. O diagnóstico é da Fecomércio-RS ao avaliar as expectativas de vendas para a data, com base no cenário econômico atual.
Neste ano, conforme a entidade, por mais que haja aspectos conjunturais de sustentação ao consumo, há também um conjunto de fatores que pesam desfavoravelmente ao desempenho esperado das vendas como. Entre eles estão o patamar de juros altos e níveis de inadimplência elevados, além da questão de confiança das famílias para consumir. Pelos dados do ICF-RS, as famílias gaúchas seguem indicando cautela nas decisões de consumo.
Pelo lado da renda, a análise da Fecomercio-RS revela um mercado de trabalho que segue resiliente, sustentando a massa de salários. Além disso há o suporte das transferências de renda reforçadas neste ano (bolsa família, reajuste do Salário Mínimo), em uma conjuntura em que a desinflação em curso confere alívio no orçamento das famílias – principalmente quando se considera a dinâmica favorável dos preços em itens que pesam bastante nos gastos, como alimentos.
EFEITO LIMITADO
Porém, conforme os analistas da entidade, os aspectos positivos que favoreceriam vendas mais fortes neste ano têm efeito limitado quando se considera sobretudo dois aspectos: a situação orçamentária relacionado às dívidas e a confiança para consumir.
Especificamente quanto à evolução dos preços dos itens mais procurados para o Dia das Crianças, conforme o estudo, como brinquedos, que registram aumento de 4,39% no acumulado em 12 meses até agosto de 2023 – ficando próximo à variação de 4,61% do IPCA no mesmo período – outros itens que também movimentam a data seguem com variação de preços acima da inflação da cesta média medida pelo IPCA.
Roupas infantis acumulam alta em 12 meses de 6,36%, enquanto para recreação a elevação dos preços é de 8,58%. Em agosto do ano passado, enquanto o IPCA registrava variação em 12 meses de 8,73%, os itens associados à data registravam aumentos maiores: 20,32% brinquedos, 14,31% roupa infantil e 12,74% recreação.