Em meio a protestos em Porto Alegre, a Empresa de Transporte Coletivo Viamão Ltda assegurou, nesta segunda-feira, a concessão da Companhia Carris Porto-Alegrense (Carris), durante sessão de desestatização no auditório da Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap). Ao ganhar a disputa, por conta da proposta de R$ 109.961.560,00, a Empresa Viamão Ltda, que já atua na região metropolitana, garante, 20 anos, o direito de operar 20 linhas – o que representa 22,4% do sistema de transporte coletivo da capital.
A disputa havia sido estabelecida com uma proposta comercial mínima de R$ 109 milhões e incluía também a venda de ações e bens, como terrenos e a frota de ônibus.
Fundada em 1953, a Empresa de Transporte Coletivo Viamão está sediada no centro de Viamão, na região Metropolitana, e atua no segmento de transporte coletivo de passageiros em Porto Alegre, Viamão e Alvorada. A companhia conta com cerca de 350 ônibus e atende 400 linhas.
Uma segunda empresa, a Viação Mimo, de Várzea Paulista (SP), também apresentou proposta, mas acabou desclassificada por não ter garantias aprovadas pela Secretaria da Fazenda.
Protestos contra o processo
Um grande grupo de rodoviários se reuniu ainda durante a madrugada desta segunda-feira para iniciar um protesto contra a privatização da Carris em Porto Alegre. Para os próximos dias da semana, o presidente do Sindicato, Adair da Silva disse que uma nova reunião vai ser realizada a fim de definir a paralisação após a abertura dos envelopes da concorrência pública.
O impacto da greve dos rodoviários da Carris é sentido nesta segunda-feira em diversos locais de Porto Alegre. Das 21 linhas operadas pela Carris, oito delas não vêm sendo afetadas pela paralisação e duas são afetadas parcialmente. As linhas T4, T6, T11, T12, T1, T5, T7, T8 seguem circulando normalmente. A linha C2 é atendida com um ônibus e a linha T2 começou a cumprir as tabelas às 15h. Já as linhas T2A, T3, T9, T13, C1, C3, C5, 343 e 353 deixaram de operar nesta segunda-feira. O planejamento garante o atendimento a cerca de 70% dos passageiros da Carris.