A nova previsão para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023, anunciada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresentou uma alta de 2,3% para avanço de 3,3%. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 29, e aponta um crescimento de 2,0% para 2024. Conforme os técnicos do instituto, as políticas adotadas pelo governo de transferência de renda, valorização do salário mínimo e demais programas sociais, permitem a sustentação da renda das famílias.
“A expansão da atividade de serviços, um setor altamente empregador, interage com o bom desempenho dos indicadores de mercado de trabalho, com aumentos na população ocupada e na massa salarial real. Além disso, o orçamento familiar, antes bastante pressionado pelos níveis de endividamento e pelo encarecimento do crédito, tem tido algum alívio proveniente da descompressão das taxas de inflação e de medidas de renegociação de dívidas das famílias de baixa renda através de programas como o Desenrola Brasil”, justificou o Ipea, na divulgação do documento publicado pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac).
Conforme as projeções, o consumo das famílias aumentaria 2,9% neste ano e 2,0% no próximo. O consumo do governo subiria 1,8% em 2023, e teria elevação de 1,4% em 2024. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB), recuaria 2,1% neste ano, mas a projeção é de alta de 3,0% em 2024.
“Os investimentos em construção, no entanto, continuam em trajetória de alta, mesmo com a elevada taxa de juros no crédito imobiliário. O setor é altamente empregador e tem papel protagonista na expansão da ocupação formal do ano, depois do setor de serviços”, ressaltou o Ipea, em nota.
EXPORTAÇÕES
Com relação ao setor externo, o Ipea espera alta de 8,5% no volume exportado em 2023, seguido de avanço de 4,1% em 2024. O volume importado aumentaria 0,5% este ano e subiria e subiria 4,3% no próximo. A Carta de Conjuntura menciona o impacto favorável da reabertura econômica da China no primeiro semestre de 2023 e o dinamismo maior que o esperado na economia dos Estados Unidos.
“A produção agropecuária brasileira, em especial no Centro-Oeste, vem se beneficiando do clima desfavorável para as colheitas de grãos na Argentina e nos Estados Unidos”, apontou.
A projeção do instituto para o crescimento do valor adicionado da agropecuária foi revisto para cima, de 13,2% para 15,5% em 2023, devido ao desempenho mais positivo das produções de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, bovinos e aves. Conforme as projeções, o PIB da indústria avançaria 1,7% em 2023 e 2,0% em 2024. Os serviços teriam expansão de 2,5% este ano e 2,1% no ano que vem.