A confiança da indústria brasileira teve uma queda muito tímida em setembro, chegando ao indicador mais baixo desde julho de 2020, fruto ainda do nível elevado dos juros e o forte endividamento das famílias. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), divulgado nesta quarta-feira, 27, pela Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 0,4 ponto em setembro, para 91,0 pontos, o terceiro mês de baixa.
“A elevada taxa de juros, forte endividamento nas famílias, alto nível de estoques dada a redução da demanda interna principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo vêm limitando o crescimento do setor”, explicou em nota Stéfano Pacini, economista da FGV Ibre.
A taxa Selic está atualmente em 12,75%, após dois cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual que se seguiram a meses de juros no nível elevado de 13,75%. Para Pacini, apesar de uma melhora da percepção dos empresários com relação à situação atual, influenciada pela demanda externa de setores relacionados à produção de bens intermediários, isso ainda é insuficiente para que a confiança melhore no curto prazo.
Neste mês, o Índice Situação Atual (ISA) que mede a percepção dos empresários sobre o momento presente da indústria– subiu 1,2 ponto, para 89,7 pontos, mas o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,0 pontos, a 92,4 pontos, pior resultado desde fevereiro (91,4).
