A decisão da Rússia, anunciada nesta quinta-feira, de proibir temporariamente as exportações de diesel em meio a uma escassez interna, vai determinar um impacto no mercado brasileiro e pressionar a Petrobras por reajustes nas refinarias. A Rússia se tornou o principal fornecedor estrangeiro de diesel para o mercado brasileiro em 2023 e, somente em agosto, o produto russo foi responsável por mais de 70% do volume importado pelo Brasil, que compra entre 25% e 30% de sua necessidade desse combustível.
Os especialistas destacam ainda que o diesel dos EUA, que tradicionalmente era o maior fornecedor externo do Brasil, está atualmente com valores R$ 0,50 centavos por litro mais altos do que a média praticada pela Petrobras, principal fornecedora do Brasil, na venda a distribuidoras. Com menor oferta do diesel russo, o produto importado deve ficar mais caro no Brasil.
DEFASAGEM
Dados da Associação Brasileira dos Importadores dos Combustíveis (Abicom) revelam que a defasagem de preços do diesel importado em relação ao da Petrobras é de 14%. A agência de rating S&P Global defendeu que a restrição deixa Brasil exposto, sobretudo no caso do diesel.
Mas a Rússia não deu detalhes sobre tal restrição e já reduziu suas exportações marítimas de diesel e gasóleo em quase 30%, para cerca de 1,7 milhão de toneladas, nos primeiros 20 dias de setembro ante o mesmo período de agosto. Os preços dos contratos do petróleo Brent para novembro fecharam as operações de quinta-feira em queda de 0,25%, cotado a US$ 93,30.