Novo júri de réus do caso Kiss começa em 26 de fevereiro

Julgamento havia sido marcado para dia 20 de novembro, mas data precisou ser alterada

Incêndio, em 27 de janeiro de 2013, causou 242 mortes e deixou mais de 600 feridos - Foto: Mauro Schaeffer / CP Memória

O Ministério Público confirmou a data de início do novo júri dos réus do caso da boate Kiss. O julgamento começa às 9h30min de 26 de fevereiro de 2024, no Foro Central de Porto Alegre.

Inicialmente, o júri havia sido marcado para dia 20 de novembro, mas a data precisou ser alterada. De acordo com o Tribunal de Justiça, a mudança se deu em razão da necessidade de organização de infraestrutura e logística exigidas para um júri de grande porte.

Em dezembro de 2021, o caso resultou no julgamento mais longo da história do Judiciário gaúcho, com duração de dez dias, envolvendo mais de 20 setores do Tribunal e cerca de 200 servidores.

Serão julgados os réus Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão. No primeiro júri, todos foram condenados, mas a sentença acabou anulada em agosto de 2022.

Em 5 de setembro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve o entendimento da Corte estadual. O placar final ficou em 4 votos a 1 para manter o julgamento anulado.

A maioria dos ministros reconheceu nulidades, como a formação do Conselho de Sentença, resultante de três sorteios diferentes, além de uma suposta conversa do juiz com os jurados em uma sala reservada, sem a presença das defesas e do Ministério Público.

Primeiro júri popular

Na sessão do júri anulada, foram condenados os ex-sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr (22 anos e seis meses de prisão) e Mauro Londero Hoffmann (19 anos e seis meses), além do vocalista da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Luciano Bonilha. Ambos foram apenados com 18 anos de prisão. Com o júri anulado pelo TJ, todos foram soltos do sistema prisional, em agosto do ano passado.

O incêndio na boate Kiss, no Centro de Santa Maria, matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridas, tornando-se uma das maiores tragédias da história do país.

Em 27 de janeiro de 2013, a Gurizada Fandangueira fazia show no local, em uma madrugada na qual a boate operou superlotada. Um dos integrantes da banda disparou um artefato pirotécnico, que atingiu parte do revestimento acústico. Parte das vítimas morreu ao inalar a fumaça gerada a partir da queima da espuma.