Funcionários decretam greve antes da abertura dos envelopes do edital de privatização da Carris

Não houve prejuízo à circulação dos coletivos

Foto: Rubens Serpa / Stetpoa / Rádio Guaíba

Em torno de 50 funcionários ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa) se reuniram em frente aos portões da Carris, no bairro Partenon, no final da madrugada desta quinta-feira, para comunicar à empresa pública a decisão de decretar greve às vésperas da abertura dos envelopes do edital de privatização da companhia, marcada para o próximo dia 2 de outubro. Não houve prejuízo à circulação dos coletivos.

Na noite anterior, o Stetpoa havia realizado assembleia e decidiu pelo estado de greve. Conforme o sindicato, que busca principalmente impedir o processo da privatização da companhia fundada por Dom Pedro II em 1872, houve esgotamento das tentativas de mediação com a diretoria da empresa, e, por isso, ainda hoje, o Stetpoa deverá encaminhar um documento à Prefeitura solicitando audiência com o prefeito Sebastião Melo.

Além da “defesa da Carris pública”, como é denominada a pauta de reivindicações, o Stetpoa alega que vinte funcionários foram desligados da Carris recentemente, ato classificado como “covardia”, disse o sindicato em nota. No final de agosto, o sindicato se reuniu com o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), mas nem todas as pautas mediadas com o tribunal foram aprovadas, motivo pelo qual houve estado de greve.

No lançamento do edital de desestatização, um mês antes, a Secretaria Municipal de Parcerias (SMP) garantiu que os contratos de venda das ações e de concessão dos serviços sejam assinados até o primeiro trimestre de 2024, e que 81,7% dos servidores que permanecem na empresa terão estabilidade de doze meses após a gestão privada assumir a companhia. O Stetpoa quer a extensão do benefício a todos os trabalhadores.

Logo na sequência, no mesmo dia, houve reunião com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). Neste caso, o resultado foi considerado mais positivo. A reportagem contatou a Carris sobre a decisão do sindicato e aguarda posicionamento. Anteriormente às negociações atuais, a empresa havia lançado um plano de demissões voluntárias, aderido por cerca de 350 profissionais na ocasião. O edital de concorrência internacional prevê lance mínimo de R$ 109 milhões.