Barroso autoriza condenado por bomba em Brasília a ficar calado em CPMI para não se incriminar

Ministro do STF concedeu direito ao blogueiro Wellington de Souza, preso no último dia 14; depoimento está marcado para esta quinta

Foto: Fellipe Sampaio / SCO / STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou, nesta quarta-feira, que o blogueiro Wellington Macedo de Souza fique calado para não se incriminar durante o depoimento à CPMI dos atos extremistas de 8 de janeiro. A sessão está prevista para esta quinta.

A Justiça do Distrito Federal condenou Souza por participar da tentativa de atentado a bomba nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal do ano passado. Ele ficou foragido até ser preso pela Polícia Federal, no Paraguai, na quinta passada.

Na decisão, Barroso também não permite que sejam adotadas contra o blogueiro medidas restritivas de direito nem privativas de liberdade e permite que Wellington tenha assegurado o direito de ser assistido por um advogado e de manter comunicação reservada com ele.

Em agosto deste ano, o blogueiro tentou se credenciar para entrar na cerimônia de posse de Santiago Peña, presidente eleito do Paraguai, em Assunção. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou a tentativa de entrada do suspeito e avisou o governo paraguaio, que negou a ele o acesso à cerimônia.

O blogueiro tentou se credenciar no evento como jornalista. Fontes afirmaram à reportagem que a Polícia Federal, que participa da segurança de Lula, também recebeu o alerta. Procurado, o Palácio do Planalto não se pronunciou na época sobre o caso.