As importações brasileiras de produtos químicos se consolidaram, em bases mensais, entre US$ 5 e 5,5 bilhões, um considerável aumento do valor médio mensal em relação ao que se praticava antes da pandemia da COVID19, que oscilava entre US$ 3 e U$ 4,5 bi. O novo patamar somente não foi maior devido à redução de 17% no preço médio dos importados no acumulado do ano, até agosto. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 19, pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) em seu relatório de Estatísticas do Comércio Exterior.
Conforme a entidade, nos oito primeiros meses do ano, as importações somaram US$ 41,9 bilhões, queda de 24% frente a igual período de 2022. Somente em agosto, na comparação anual, a queda dos preços médios chegou a 39,1%, de US$ 1.569 por tonelada no mesmo mês de 2022 para US$ 955 por tonelada em 2023.
As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, possuem níveis mensais bastante inferiores ao das importações, com vendas médias de US$ 1,2 bilhão, relativas às expedições mensais de 1,2 milhão de toneladas aos países de destino das mercadorias nacionais. No acumulado de 2023 alcançaram US$ 9,9 bilhões, queda de 17,8%, refletindo também a crise econômica na Argentina, principal parceiro comercial do Brasil nesse mercado.
DÉFICIT DA BALANÇA
Dessa forma, o déficit na balança comercial chegou a US$ 32 bilhões no ano até agosto, acima de grande parte dos déficits anuais registrados nas últimas duas décadas. Em 12 meses, o saldo negativo é de US$ 51,7 bilhões.
“O equacionamento da crítica situação conjuntural passa pela incorporação no Brasil das melhores práticas e experiências internacionais para elaboração de uma agenda de comércio exterior emergencial, pragmática e objetiva e que responda aos desafios conjunturais imediatos, sobretudo no combate contra importações predatórias”, afirma a diretora de economia e estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.