O percentual de famílias gaúchas endividadas atingiu 96,6% em agosto, o maior percentual em 13 anos da pesquisa iniciada em janeiro de 2010. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 19, pela Fecomércio-RS na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS) de agosto. O resultado supera os 96,5% verificados em abril de 2022 que até então era o maior percentual da série histórica. O indicador representou um leve aumento em relação a julho de 2023 (96,3%) e em relação a agosto de 2022 (95,2%).
O percentual de famílias que relataram estar “muito endividadas” atingiu 29,2% em agosto de 2023. Na comparação com julho de 2023 (30,2%), o percentual teve uma leve redução. O percentual de pessoas que se auto classifica como pouco endividadas, por sua vez, passou de 41,3% em julho de 2023 para 45,3% em agosto de 2023. Entretanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto os que se dizem pouco endividados aumentaram 4,2 pontos percentuais, os que se dizem muito endividados aumentaram 10,4 ponto percentual.
Assim, como era esperado, o percentual da renda comprometido com as dívidas também apresentou elevação na comparação com o ano anterior. Em média, nesta edição, o percentual da renda comprometida foi de 26,4%. Em agosto de 2022 era de 20,9%. O tempo médio de comprometimento com dívidas foi 7,0 meses, o mesmo de agosto de 2022.
CONTAS EM ATRASO
O percentual de famílias com contas em atraso atingiu 39,7% dos entrevistados em agosto de 2023, percentual menor que os 41,5% de julho de 2023. Na comparação marginal, o indicador caiu pelo segundo mês consecutivo e revela, de certo modo, o empenho das famílias em honrar seus compromissos em atraso. No mesmo período do mês anterior o percentual registrava 39,4%. O tempo médio de contas com atraso atingiu 36,4 dias nesta edição da pesquisa. Em agosto de 2022 esse percentual era de 40,1 dias.
“Nós vivemos em uma economia em que o crédito faz parte do financiamento do consumo. Nos últimos anos, tivemos uma série de condicionantes que levaram muitas pessoas à situação de inadimplentes. Estabilizar a inflação, reduzir os juros básicos da economia, aumentar a competição bancária e educar financeiramente a população certamente são mecanismos que contribuem para reduzir em potencial o número de inadimplentes ” comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Já o percentual de famílias que não terão condições de honrar nenhum compromisso dentro dos próximos trinta dias seguiu registrando valores bastante baixos. Nesta edição o percentual atingiu 2,4%. O menor patamar deste percentual ocorreu em abril de 2023 (1,7%). Na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o percentual era de 2,5%, houve redução.