Entidade fará mapeamento das instituições de tratamento do câncer infantojuvenil

A iniciativa tem apoio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica

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No Brasil cerca de 4 mil crianças não conseguem obter o diagnóstico do câncer infantojuvenil, a maior causa de óbitos entre jovens de um 1 a 19 anos. Se comparada a condição de que o diagnóstico precoce eleva os índices de cura em 80%, é possível estimar que esses pacientes podem chegar ao óbito, o que preocupa. Para tentar reverter este quadro, a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC) concluiu um projeto-piloto para mapeamento nacional das instituições de tratamento e apoio às crianças e adolescentes com câncer no Brasil.

“Logicamente que diversos fatores podem influenciar, desde o tipo de câncer e disponibilidade de medicamentos na Rede Básica de Saúde até o acompanhamento de equipe multidisciplinar e existência de uma casa ou grupo de apoio para oferecer condições de suprir, inclusive, as necessidades essenciais à família do paciente”, acrescenta o diretor de Comunicação e Marketing da Confederação, Rocco Donadio, que também preside a Associação de Amparo à Criança e ao Adolescente com Câncer da Serra Gaúcha – DOMUS.

ESTUDO

O estudo compreende aplicação de questionário às instituições de tratamento e de apoio, que reportam ao seu nível de maturidade e de desenvolvimento profissional, porte, gestão, serviços prestados, dificuldades e carências, nível de integração entre elas, área geográfica de atuação, estrutura física, recursos humanos e tecnológicos. Também serão levantados o grau de assistência social e de tratamento, estratégias e políticas de comunicação, planejamento estratégico e orçamentário, entre outros itens.

“Iniciamos os trabalhos em julho de 2023, visitando seis instituições de tratamento e cinco, de apoio. Porém, por falta de financiamento, as ações terão continuidade apenas nos primeiros meses de 2024”, informa Rocco, ao destacar que a CONIACC está buscando novas parcerias.

No mundo, aproximadamente 400 mil novos casos são diagnosticados por ano. A cada hora surge, pelo menos, um novo caso de câncer infantojuvenil no Brasil, que tem uma taxa de mortalidade de 43,4 por milhão, praticamente o dobro dos Estados Unidos, com 22 por milhão, de acordo com o Instituto Desiderata. O país ainda enfrenta realidades paralelas, onde a região Norte possui o índice mais alto de mortalidade, além da dificuldade dos pacientes chegarem ao atendimento e carência na estrutura assistencial-hospitalar. Enquanto o Centro-Oeste aparece em segundo lugar não contar com uma rede de atenção básica qualificada.

CAMPANHA

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que, até 2030, o Brasil precisa reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), que incluem os diversos tipos de câncer”, informa a médica Teresa Cristina Cardoso Fonseca, ao lembrar que a CONIACC está fazendo sua parte.

Até 30 de setembro, a confederação realiza mais uma edição da campanha nacional “Setembro Dourado”, que visa à conscientização para combater o preconceito e a negação sobre a doença. Idealizada pela agência Love Comunicação, de Caxias do Sul, a campanha utiliza personagens do imaginário infantil que formam a “Turma Coniacc” (o Elefante Motoqueiro, a Girafa Fitness e a Zebra Astronauta). Eles chamam atenção pela contraposição da fantasia das crianças a uma realidade dura e silenciosa: os sinais e os sintomas do câncer infantojuvenil existem de verdade.