Pacheco diz que desoneração da folha de pagamento tem ‘quase unanimidade’ no Senado

Presidente do Senado afirma que texto deve ser votado nas próximas semanas

Expectativa é de reversão da decisão de Lula Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (14) que o projeto de lei de desoneração da folha de pagamento tem o apoio da maioria dos senadores e que a matéria deve ser encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nas próximas semanas. O texto já foi votado e aprovado pelo Senado, mas teve que retornar à análise da Casa, por ter sofrido alterações na Câmara dos Deputados.

“É um projeto que tem muita maioria, quase unanimidade de apoio no Senado. Os setores precisam disso, os que têm alta empregabilidade. Estimular o emprego no Brasil é importante”, afirmou.

A intenção da matéria é aliviar parcialmente a carga tributária imposta sobre a folha de pagamento de 17 setores da economia até 2027. Entre eles, tecnologia da informação, construção civil, comunicação social, transporte público, têxteis, couro, calçados e call center — setores que empregam quase 9 milhões de trabalhadores. A medida está em vigor desde 2011 e perderia a validade no fim de 2023.

A desoneração da folha de pagamento possibilita substituir a contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários pela incidência sobre a receita bruta do empregador. A contribuição patronal é paga por empregadores para financiar a seguridade social. Então, em vez de o empresário pagar 20% sobre a folha de pagamento do funcionário, o tributo pode ser calculado com a aplicação de um percentual sobre a receita bruta da empresa, que varia de 1% a 4,5%, conforme o setor.

A contribuição não deixa de ser feita, apenas passa a se adequar ao nível real da atividade produtiva do empreendimento. Em outras palavras, as empresas que faturam mais contribuem mais. Com isso, é possível contratar mais empregados sem gerar aumento de impostos.

Na votação na Câmara, em 30 de agosto, os deputados também diminuíram a contribuição previdenciária de todos os municípios, que valerá igualmente até 2027 e terá uma variação de 8% a 18%, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) de cada cidade. É essa alteração que será avaliada no Senado. Atualmente, a contribuição patronal por contratações pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de 20%, e o texto dos senadores previa 8% para cerca de 5.300 municípios.