PM ferida em atos de 8 de Janeiro revela em CPMI que nunca havia visto tamanha agressividade

Marcela Pinno acabou promovida por ato de bravura

Foto: Câmara dos Deputados / Reprodução

A cabo Marcela Pinno, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que atuou na linha de frente no dia da invasão das sedes dos três poderes em Brasília, declarou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro não ter sido possível perceber comportamento de leniência por parte de outros policiais durante a tentativa de conter os manifestantes. Ela respondeu a um questionamento feito pelo presidente do colegiado, deputado Arthur Oliveira Maia (União, BA), que comparou a atuação de Marcela Pinno, tida por ele como heróica, a de outros policiais militares. À comissão, ela detalhou como foram os ataques dos manifestantes.

Soldado da corporação desde 2019, sempre no Batalhão de Choque, ela afirmou que o grau de violência diferenciou essa de outras manifestações nas quais atuou. “Jamais, neste quatro anos de atuação, estive diante de tamanha agressividade como foi o 8 de janeiro”, disse Marcela.

Na parte inicial do depoimento, nesta terça, a integrante da PMDF relatou que o grupamento dela chegou ao Ministério da Justiça no dia 8 de janeiro quando já havia manifestantes no local. A ação dos vândalos obrigou o reposicionamento para a cúpula do Congresso, onde, segundo ela, ocorreram os confrontos mais violentos.

Marcela Pinno contou ter sido empurrada, agredida com chutes e arrastada pelo escudo, sendo protegida apenas pelo capacete blindado. A outra mulher da equipe levou uma pedrada. Mesmo machucada, a cabo da PMDF ficou na Esplanada dos Ministérios até 1h do dia seguinte.

Ela disse aos integrantes da CPMI que “era perceptível” que os manifestantes agiam organizados. Ela contou ainda que os extremistas usaram luvas, para se proteger de produtos químicos, além de máscaras, toalhas e lenços.

A CPMI está reunida no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.