IPCA no Brasil e inflação nos EUA dominam as atenções na semana econômica

Indicador deve influenciar decisão do Copom na semana de 20 de setembro

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A primeira semana cheia do mês de setembro será marcada pela divulgação de indicadores de inflação e de atividade econômica, tanto no Brasil quanto no exterior. O principal destaque por aqui é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de agosto. O dado vai ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira, 12, e deve influenciar nas decisões de juros na ser tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em reunião programada para a semana de 20 de setembro.

Antes da piora recente dos mercados, a expectativa dos investidores locais era de que o Copom eventualmente conseguisse acelerar o movimento de corte de juros, apesar do BC já ter sinalizado corte de 0,5 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões. Os especialistas esperam uma alta mensal de 0,29%, acelerando contra os 0,12% registrada em julho, impulsionado pelo setor de veículos, com o fim do programa de descontos do governo, e pelos preços da gasolina, com altas recentes nas refinarias. Se confirmada, a taxa anual, subiria de 4% em julho, para 4,7%.

Na prévia do indicador, divulgada em 25 de agosto, o IPCA-15 mostrou retomada de alta da inflação mensal de -0,07% para 0,28%, inclusive acima do consenso de 0,17% do mercado. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve a primeira elevação em relação ao mês anterior desde o pico de 12,20% em maio de 2022. O indicador de agosto subiu de 3,19% para 4,24%, número também acima das projeções.

PRÉVIA DA INFLAÇÃO

O resultado de agosto do IPCA-15 foi apenas uma confirmação do que ocorreu com o IPCA de julho, quando apareceu a primeira elevação da inflação desde março deste ano na margem e desde junho de 2022 no acumulado dos 12 meses anteriores. Em julho, o IPCA subiu de -0,08% para 0,12% no dado mensal, enquanto no anual a alta foi de 3,16% para 3,99%.

O grande vilão para a alta de preços no período foi o grupo Transportes, graças ao aumento do preço da gasolina em julho com a recomposição da incidência de impostos federais sobre o preço do combustível em julho. Vale ressaltar que a retirada desses impostos sobre os preços dos combustíveis foi responsável por 3 meses seguidos de deflação na margem entre julho e setembro do ano passado. Isso significa que a inflação acumulada em 12 meses tende a subir nos próximos meses.

Na agenda brasileira, a semana começa com a divulgação do Relatório Focus, do Banco Central, com as estimativas dos analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia. O período tem ainda outros dois indicadores de atividade econômica ao longo da semana. Na quinta-feira, 14, saem os números do setor de serviços em julho, com previsão de recuo de 0,7%, e na sexta-feira, 15 será a vez das vendas do varejo, no mesmo mês, onde a contração poderá chegar a 0,8% no índice amplo.

EUA

Nos EUA, a economia tem se mostrado mais forte que o esperado, mas gerando por mais altas de juros pelo Federal Reserve (Fed), o que também será colocado à prova. O Departamento do Trabalho divulga o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) para julho na quarta-feira, 13, e o índice de preços ao produtor (PPI) no dia seguinte. A semana terá ainda a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, dia 14. E, localmente, as apresentações do volume de serviços de julho, na quinta, e das vendas no varejo para o mesmo mês, na sexta.